Outer Banks nova série da Netflix, chega como uma grata surpresa. Com uma trama leve, solar, despretensiosa, sem alardes, que cresce na medida, em cada episódio e que nos leva ao passado quando brincávamos de caça ao tesouro, mas de forma literal e bem divertida.
A trama acompanha um grupo de adolescentes locais, conhecidos como “Pogues”, na praia de Outer Banks, Carolina do Norte. Quando um furacão destrói o local e estraga todos os projetos estabelecidos para a temporada de verão, os amigos começam uma série de eventos ilícitos que os levam a encontrar um barco com uma bússola que pertencia ao pai desaparecido do líder e pistas para uma caça ao tesouro de alto risco.
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Enquanto os Pogues partem para a caçada, os romances proibidos são aflorados e a tensão entre o grupo e seus rivais, assim como entre si, aumentam, transformando o verão em um mundo cheio de mistério, aventura e amor, que eles nunca esquecerão.
A série traz a relação de amizade desses quatro integrantes, que vivem juntos o tempo todo. Eles são capazes de infligir qualquer tipo de coisa para protegerem uns aos outros e isso é visto claramente no decorrer dos dez episódios. Todos os atores estão muito bem em seus respectivos papeis e eu tenho que deixar registrado aqui, que o Chase Stokes é a cara do Justin Bieber.
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Outer Banks Netflix começa com um ritmo lento, mostrando o dia a dia dos personagens. Depois vai crescendo para uma ação/drama com bastante adrenalina. Diante disso vai criando algumas ramificações em alguns personagens (interessantes por sinal), mas acaba não desenvolvendo e deixando mais superficial.
O arco do JJ (Rudy Pankow) com seu pai, onde temos o alcoolismo, relacionamento abusivo entre pai e filho, agressão familiar e tal, é passado superficialmente. Perdendo a oportunidade de explorar o ator que por sinal é ótimo e que, com certeza, teríamos um acréscimo positivo dentro de toda a narrativa da série.
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Indo nesta mesma questão de falta de aprofundamento de personagens. A relação do pai de John B e a de Ward Cameron são simplificadas em apenas um único flashback. Onde, resolve uma questão de forma preguiçosa e como venho dizendo, superficial. Neste caso, deveria haver uma explicação um pouco mais detalhada. Trazer um contexto maior, onde pudéssemos ver a relação entre os dois até chegar à morte do pai de John B.
!!alerta de spoiler!!
Sheriff Peterkin, pra mim, é uma ponta solta neste role todo. Pois existem alguns estudos que dizem que em uma série quando não se ha corpo, não se tem morte. Nesse caso, tivemos o corpo. Mas, as situações nas quais foram entregue e depois a saída dele de cena, me faz acreditar que ela não morreu. Na minha cabeça conspiratória, a Sheriff está viva e voltará na segunda temporada, para enfim inocentar o John B.
Por que estou falando isso? Porque a confirmação da morte dela foi dita apenas pelo vilão e por um policial que é cúmplice do vilão “Ward Cameron”(me pergunto, até que ponto ele é cúmplice de Ward?). Enfim, é uma teoria minha e só saberemos quando a segunda temporada sair.
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Ao chegar na metade da trama, Outer Banks cria outro ritmo. Mais tenso para John B e sua turma. Neste momento os amigos ganham mais uma integrante, a filha de Ward Cameron, Sarah Cameron, o par romântico de John B.
Essa parte da série, parece muito exagerado. Para capturar um adolescente foi preciso chamar a guarda costeira, a tropa de elite, o exército, o FBI e não por satisfeito a população toda, atrás de uma única pessoa. Brincadeiras a parte, mas a forma como é construído essa perseguição a John B, me mostra que a policia desta região é muito inexperiente e que não consegue prender um adolescente sem armar um circo. E no final, nem prende, para piorar.
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Em suma, apesar desses detalhes é uma ótima série. Divertida, leve e que te prende. Conta com ótimas atuações, elenco principal com boa química, o que faz muita diferença em uma série, pouca poluição visual e apenas dez episódios (nesse tipo de trama, acho suficiente).
O fim da temporada deixa claro que teremos uma segunda, a não ser que a Netflix desista mesmo de fazer. Até então, está aberta para um segundo ano.