Por Eu Nunca…, série original Netflix é uma das gratas surpresas do streaming. A série adolescente traz um enredo leve. Além disso, muito humor e uma dose de emoção que nos faz embarcar numa deliciosa história cheia de personagens bem desenvolvidos.
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Falando sobre uma família indiana que mora nos Estados Unidos, “Eu Nunca…” da Netflix, traz de forma desconstruída a relação do choque de cultura. A narrativa segue três visões diferente, a de Nalini (Poorna Jagannathan), Devi (Maitreyi Ramakrishnan) e Kamala (Richa Moorjani).
CRÍTICA | “Eu Nunca…”: O choque cultural da Netflix. | Crédito: IMDb.
São destaques no show, questões familiares, questões da sexualidade, afeto e principalmente questões amorosas. Com isso, a Netflix consegue sair do seu habitual, numa série aparentemente teen, mas que consegue de forma despretensiosa renovar os clichês adolescentes de seu catálogo.
CRÍTICA | “Eu Nunca…”: O choque cultural da Netflix. | Crédito: IMDb.
A questão etnocêntrica é bem trabalhada, sem ser desrespeitosa. Exemplifica de forma clara como as pessoas de culturas diferentes lutam para manter seus costumes em uma sociedade completamente diferente. Como essa cultura pode afetar seus valores, fazendo-os questionar o que é certo ou errado? Ou ainda, como enxergar que são visões divergentes que merecem ser respeitadas?
CRÍTICA | “Eu Nunca…”: O choque cultural da Netflix. | Crédito: IMDb.
O humor presente na série é um dos seus pontos altos, mas o drama é bem desenvolvido e consegue te emocionar em vários momentos. A ligação de Devi com o pai, e a forma que sua perda impacta em sua vida são representadas de forma bonita e genuína.
CRÍTICA | “Eu Nunca…”: O choque cultural da Netflix. | Crédito: IMDb.
Sobre o pai de Devi, Morah (Maitreyi Ramakrishnan), é um personagem com participação pequena na série, mas que representa um dos focos emocionais do show. Isso porque, é quem liga a família e o que a faz romper e posteriormente reconciliar. Maitreyi Ramakrishnan está muito bem e nos faz querer ter mais momentos dele na série.
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Eu Nunca… da Netflix, traz questões “Tabus” da nossa sociedade de forma bem simples e relevante. São questões como sexo na adolescência, aqui por uma visão feminina, em que a protagonista, que é indiana, busca alguém para ter relação sexual. Nesse caso, o menino popular da escola, que por sua vez não é escroto, nem machista, subvertendo os clichês adolescentes.
Além disso, a homossexualidade e seus dilemas, com questões como: medo da reação das pessoas próximas, medo da conversa com os pais, dentre outras, que são lindamente representadas por Fabíola (Lee Rodrigues).
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Em uma boa série adolescente que se preze, o triangulo amoroso deve existir. No entanto, como eu venho dizendo neste texto, apesar de aparentar convencionalidade, Eu Nunca…, não é convencional.
CRÍTICA | “Eu Nunca…”: O choque cultural da Netflix. | Crédito: IMDb.
O interesse amoroso de Devi é Paxton (Darren Barnet), e você assiste torcendo para que eles fiquem juntos e que ela consiga o que sonha. Porém, no decorrer dos episódios vamos conhecendo Ben (Jaren Lewison), a outra ponta do triângulo.
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O personagem é apresentado como o garoto chato, mimado, nerd, estudioso e que implica com Devi. A virada acontece quando de fato conhecemos Ben. Uma pessoa solitária, triste, que gosta de “Rick and Morty” e que só deseja ter alguém para conversar. De repente, você esta shippando “Benvi” (não sei se esse shipp existe, mas eu shippo e aceitem). E ai, a temporada acaba e você fica como???? Somente shippando e torcendo para que se concretize essa bagaça. Confesso que eu prefiro “Benvi” do que Devi e Paxton que nem consigo fazer um shipp.
CRÍTICA | “Eu Nunca…”: O choque cultural da Netflix. | Crédito: IMDb.
“No meio de tanta guerra”, como diz nossa querida ex-bbb Gabi Martins, encontramos amor, humor, delicadeza e bom gosto.
Eu Nunca… da Netflix é uma série que desconstrói tabus femininos e tem seu protagonismo pautado em um elenco majoritariamente feminino, entregando o obvio de uma forma diferente e única.
