A Netflix, resolveu terminar o ano de 2020 dando início a sua temporada de grandes estreias. Assim sendo, logo no último dia do ano, a gigante dos streamings deu um presentão para os fãs da série teen sobrenatural, “O Mundo Sombrio de Sabrina”. Apresentando a sua tão aguardada quarta e última temporada do show.
No entanto, com alguns poucos episódios, que são no mínimo interessantes, a última temporada de “O Mundo Sombrio De Sabrina”, decepciona e termina a sua história de um jeito forçado e sem coerência com o que vimos em suas temporadas anteriores.
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ENREDO FORÇADO
Como já disse, O Mundo Sombrio de Sabrina 4, foi um tanto quanto decepcionante. De modo que, pelo o que vimos na temporada, o cancelamento da produção acaba sendo autoexplicativo.
Isto pois, ao final do capítulo anterior, vimos que para salvar os seus entes queridos da morte e o mundo, Sabrina Spellman, viaja no tempo. Com isso, consegue evitar que seus amigos e familiares sejam destruídos pelo povo pagão.
No entanto, estando dividida entre o seu lado humano/bruxo, e seu lado divindade, ela acaba criando uma realidade alternativa onde existem duas versões de si (a filha do anjo caído, Lúcifer, Sabrina Estrela da Manhã e a bruxinha adolescente Sabrina Spellman).
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No entanto, o último ano da produção, começa a parti deste ponto. Além de explorar agora as duas Sabrinas existentes, a produção traz uma nova ameaça a Greendale. Trata-se de uma grande força indestrutível, oriunda do início dos tempos, mais poderosa do que qualquer anjo ou entidade divina. Tal força é chamada de “O Vazio”.
Ela foi trazida o nosso mundo pelo Padre Blackwood com o objetivo de destruir os seus inimigos. No entanto, antes de sua chegada, Greendale é visitada pelos “Mensageiros Do Vazio”. Onde cada um deles traz uma praga diferente, anunciando sua chegada.
Embora a premissa dessa atual temporada seja interessante, e adapte para o seriado um arco importante dos quadrinhos nos quais a produção da Netflix se baseia, ela foi muito mau desenvolvida.
Devido ao já anunciado cancelamento da série, ao tentar amarrar as pontas soltas deixadas ao final da temporada anterior e ao mesmo tempo introduzir novos elementos, os roteiristas acabaram não acertando a mão.
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Isto pois, por muitas vezes os arcos deixados em aberto na temporada anterior precisavam de alguma forma se encaixar com a trama do novo ano, o que me pareceu um pouco forçado de mais.
Mas, nem tudo foi trevas no último ano de “O Mundo Sombrio de Sabrina”, houveram alguns poucos bons momentos, por mais escassos que possam ter sido.
Os Raros Bons Momentos da Temporada
Contudo, a season finale da série, mesmo com tantos problemas em seu roteiro, conseguiu ter alguns poucos bons momentos.
Os seus momentos musicais foram um dos poucos pontos altos da produção. Isto pois, eles trouxeram alívio cômico a sua trama. Com canções como: “Girls Just Wanna Have Fun” (bem ao estilo “Stranger Things”), a atual temporada do show consegui resgatar mesmo que por um breve momento a ideia de que “O Mundo Sombrio de Sabrina”, ainda se trata de uma série teen.
Por sua vez, um outro bom momento do show, se consiste na participação especial das atrizes que interpretaram a Tia Zelda e a Tia Hilda na série original deste universo, intitulada de “Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira”.
A aparição das atrizes Beth Broderick e Caroline Rhea (como Zelda e Hilda) ao final de um dos novos episódios do show, pode ser considerado como um dos pontos mais altos desta temporada.
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Isto se a participação delas na série tivesse parado por aí. Fazendo disso, um fanservice ou apenas um easter egg. No entanto, ao dar a estas personagens icônicas um episódio inteiramente dedicado somente a elas, o que poderia ter sido épico e nostálgico se tornou ridículo e forçado.
O Retorno das Tias Zelda e Hilda Originais
A participação de tais personagens foi feita para ser uma grande homenagem a série original. No entanto, acabou sendo um episódio um tanto quanto bobo.
Após Sabrina Morning Star ser enviada para uma dimensão paralela para evitar o colapso de realidades alternativas, já que duas versões de uma mesma pessoa não podem coexistir no mesmo espaço e tempo. A Rainha do Inferno, foi jogada no mundo da antiga série dos anos 90.
Até aí tudo bem. Principalmente, porque com isso, conseguiu trazer para a produção um sentimento de nostalgia. Principalmente por abordar elementos da sitcom antiga, tais como por exemplo o gato Salem falante.
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No entanto, o episódio da produção dedicado a este arco se perde da obra original ao apresentar as antigas tias Zilda e Hilda como as vilãs do capítulo em questão. Apresentadas como um dos “mensageiros” do “Vazio”. O que por si só contradiz a essência de ambas as personagens vista na sitcom original.
A Eterna Bagunça No Multiverso
Depois do sucesso de “Dark” parece que a moda agora em Hollywood é explorar o conceito de realidades alternativas, multiverso.
Isto pois, como já sabemos, a nova fase do MCU vai explorar tal conceito a partir da estreia da primeira série da Marvel para o catálogo do “Disney+”, no próximo dia 15. O mesmo já foi feito pela DC, no crossover do “Crise Das Infinitas Terras”.
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Desta forma, seguindo tal tendência o ultimo ano de “O Mundo Sombrio de Sabrina”, também resolveu abordar o assunto. Mesmo, sendo o multiverso, um elemento corriqueiro nos quadrinhos deste universo ao qual o seriado se baseia.
Com pouquíssimo para se explicar e aprofundar no tema, a trama do show foi levada a bombardear o público com uma quantidade excessiva de informações, o que deixou a sua trama um pouco confusa.
Erros Imperdoáveis
O que mais me incomodou neste último ano da produção foram alguns erros para com personagens secundários de sua trama, mas de equivalente importância, tais como Rosalind (Ros) e Harvey.
Isto pois, conforme quem leu os quadrinhos sabe muito bem, o grande amor da vida de Sabrina é o seu namorado de infância, Harvey. Isto é bem claro, tanto nos quadrinhos quanto na série original. Mas na série da Netflix ele está com a Ros. Até aí, tudo bem. Já que os dois também namoram nas HQ’s.
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Acontece que Harvey é um dos grandes aliados mortais de Sabrina nos quadrinhos. E da mesma forma que Ross ele também possui poderes sobrenaturais, que ajudam a bruxinha em sua luta contra as forças do mal. Fato este que embora mencionado na série, nunca chegou a ser explorado ou se quer explicado.
Já por sua vez, Ros se tornar uma bruxa, é um elemento que embora esteja nos quadrinhos não faz sentido nenhum. Isto pois, nas temporadas anteriores do show, por diversas vezes foi dito que ela não era uma bruxa. De modo que, transforma-la em uma não faz nenhum sentido.
Conclusão
Em suma, embora seja uma conclusão feita meio que “nas coxas” e não fazer justiça para com a expectativa dos fãs e ter apresentado um final melodramático bem forçado e sem consistência, a temporada final da produção poderia ter se tornando algo tão épico quanto “Dark”, por exemplo.
Se o programa tivesse uma quinta temporada, para assim concluir de forma digna uma das melhores produções da Netflix. No entanto, infelizmente, se perdeu ao longo do seu desenvolvimento. Entregando um final melodramático e sem sentido.
Portanto, realmente, uma pena.