Por A produção da Netflix, chegou ao catálogo no dia 15 de novembro de 2019, mas sem muitos alardes. “Nada Ao Redor” (The Stranded) se passa em uma ilha paradisíaca que fica na Tailândia, onde se encontra uma escola, com alunos ricos, esnobes e mimados.
A série começa com a formatura dos alunos do último ano, que decidem fazer uma mega festa de despedida antes de voltarem para o continente. O que eles não esperavam era um enorme Tsunami que destruiria a maior parte da ilha, deixando apenas alguns lugares habitáveis, sendo um deles a escola, mas sem nenhum tipo de comunicação com o mundo fora da ilha.
A Princípio, pensamos que a história da série seria de como os sobreviventes poderiam se virar em uma ilha, sozinhos e sem comunicação com o mundo exterior, mas no decorrer dos episódios são implantados alguns elementos que nos mostra outros mistérios, algo sobrenatural e que pode dar muitas tretas.
Nada ao Redor, é uma série que nos deixa na dúvida se gostamos ou não dela, pois ao mesmo tempo em que consegue te fisgar com os mistérios, que ela diz ter, ela não consegue desenvolve-los e acaba enrolando e focando em pontos que não precisavam de tanta atenção.
O mistério maior está no protagonista da série Kraam (Papangkorn Lerkchaleampote), que junto com seu pai ficam presos dentro do carro quando o Tsunami chega, seu pai morre, mas ele sobrevive. A todo momento a série evidencia que alguns acontecimentos da ilha se referem a ele, mas só temos de fato a conclusão desse mistério no último episódio, mas que é contada de uma forma que não explica muita coisa, onde nem o próprio protagonista entende o que ele de fato é.
Nada ao Redor é uma mistura de Lost, O Nevoeiro e Dark. Teria boas chances de acertar em cheio, se tivesse uma boa direção. Começamos pelo fato de que após o Tsunami, a falta de comunicação e sem meios de sair da ilha, os sobreviventes parecem estar em um acampamento de férias, felizes, como se nada tivesse acontecendo.
O recurso usado para que pudéssemos conhecer os personagens principais, não foi muito bem explorado, as histórias escolhidas para criar empatia não foram bem selecionadas e não contribuiu nem um pouco para que pudéssemos nos importar com os mesmo. Uma pena, pois este recurso, sabendo usar, se encaixa muito bem para contar a história do personagem e criar uma relação seja ela de amor, ódio ou os dois. Orange is The New is Black, utiliza este mesmo recurso e faz com maestria.
Com o falho recurso, temos que nos apegar ao carisma dos próprios atores para conseguirmos criar algum tipo de empatia. Os atores escolhidos são bons, conseguem passar verdade nas emoções na medida certa.
A mitologia criada é um dos pontos altos do show, consegue trazer um pouco de tensão, mas infelizmente ficou em segundo plano e por essa razão prejudicou o andamento e o entendimento geral da série. Pontas ficaram soltas e sem explicação. A nevoa alucinógena, a professora metamorfo e o portal aranhaverso, não se tem explicações para esses acontecimentos e o porquê ser naquela ilha. Quando disse que não sabemos se gostamos ou não, é pelo fato de trazer alguns elementos bons, mas mal desenvolvidos.
A série tem indicação para maiores de 18 anos, mas não tem nada que seja considerado para maiores, classificaria como 12 ou 14 tranquilamente. Mas como é uma série tailandesa, de outra cultura possa ser que exista algo que para eles sejam considerados para maiores.
Vale a pena assistir e tirar suas próprias conclusões, mas também temos que lembrar que, estamos falando de uma produção tailandesa, que possui uma linguagem diferente de produção, que não é igual a nossa ou a norte-americana, nas quais estamos habituados a assistir.
O fim da primeira temporada deixou um grande gancho para uma segunda, mas temos que esperar a confirmação da Netflix.
Os atores principais são: Papangkorn Lerkchaleampote (Kraam), Chutawut Phatrakampol (Anan), Chayanit Chansangavej (May), Ticha Wongthipkanont (Ying) e Chaleeda Gilbert (Arisa) e tem direção de Sophon Sakdaphisit.
