A nova atração da Netflix nos deu uma visão da Hollywood pós-segunda guerra mundial e nos mostra como funcionava a indústria cinematográfica naquele período. Em uma época em que nem tudo era mil maravilhas, mas era considerada a “Era de Ouro”. Nessa “famosa Era”, a indústria do cinema se destacava (internamente) pelos preconceitos, visões antiquadas, machistas e homofóbicas.
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A história central é focada em um aspirante a ator, que busca uma vaga como figurante para quem sabe se tornar um grande protagonista. Ele precisa trabalhar para sustentar sua família e sua esposa está grávida. Tem também um roteirista negro e gay, que precisa escrever sem revelar sua identidade, pois o preconceito reinava na sociedade hollywoodiana, a ponto de falir um estúdio caso a sua imagem fosse associada a uma pessoa com essas características. E, uma atriz negra, fadada a pegar papeis de empregada domestica, estereotipada por causa de sua cor de pele.
Essas histórias são ligadas por um diretor, que ao ser contratado pelo maior estúdio de Hollywood, tem que escolher um dos roteiros enviados ao estúdio. E, como já era de se esperar, ele se interessa pelo roteiro do personagem gay e negro citado acima.
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Além da história central, temos subtemas que transitam pelo adultério, machismo, teste do sofá, relacionamentos homoafetivos, posto de gasolina do sexo, orgia dos poderosos de Hollywood, racismo e entre outras coisas.
A série vem para nos mostrar a parte sem glamour dos holofotes de Hollywood, onde nem tudo é tão glamoroso assim, e que, sim, existia uma podridão nos bastidores das super produções.
A produção da Netflix traz em seu enredo um dos temas mais polêmicos, que a muito tempo se discutia, mas que nunca se houve uma confirmação, que é o famoso “teste do sofá”. Onde produtores, agenciadores usavam-se de seu poder no mercado para obrigar atores iniciantes a fazer sexo com a promessa de grandes papeis em grandes filmes e caso não os fizessem, jamais conseguiriam chegar ao estrelato.
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Hollywood sem dúvidas é uma grande série para os amantes do cinema, pois consegue passar o quão difícil é produzir um filme e a quantidade de pessoas que é preciso para que os projetos possam sair do papel.
A série também traz o começo da mudança de visão dos grandes estúdios a respeito das escalações de seus elencos. Começam a entender que boas histórias vão além da cor de quem a escreve. Mas acima de tudo, Hollywood traz uma mensagem que é de nunca desistir dos seus sonhos, apesar de o mundo estar contra você. Quando não se tem nada a perder, se arriscar é apenas como um dia normal, se der certo comemoramos, se não, tentamos novamente. Quem sabe um dia finalmente dá.
Os atores estão super bem em seus papeis, a entrosação e a química são perfeitas. O que não me agradou em determinados momentos foi o fato de algumas relações se desenvolverem muito rápido e o roteiro se tornar preguiçoso em certos momentos, apenas para gerar algum conflito posteriormente na trama.
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A série é bem redondinha, tendo sua conclusão do enredo no capítulo final. Mas, deixa um grande espaço para possíveis novas temporadas. A magia do cinema tem várias possibilidades, ainda mais falando dos bastidores polêmicos da maior indústria cinematográfica do mundo.
A temporada completa está lá no catálogo da Netflix. É só correr, pegar a pipoca e deixar as crianças dormindo, porque tem uns “taca li pau”, pesados.