“The Wilds: Vidas Selvagens” é a mais nova série original da Amazon Prime Video. Contudo, o Streaming não perdeu tempo e “chegou chegando”.
Considerada por muitos críticos como a nova “Lost”, a produção mistura elementos do clássico da TV com os de “Maze Runner”, famosa saga de livros de autoria de James Dashner, adaptados para os cinemas em uma trilogia. O que por sua vez, foi sucesso tanto de público quanto de crítica.
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Por conseguinte, tal série traz em si uma forte crítica social. Afinal ela aborda temas como o preconceito, homofobia, fanatismo religioso, feminismo, o lugar da mulher na sociedade, depressão, autismo entre outros.
Portanto, sem mais delongas vamos a nossa crítica The Wilds.
o Enredo
A produção conta a história de um grupo composto por nove jovens adolescentes. Todas mulheres na faixa dos 17 anos de idade, com personalidades bem diferente uma das outras.
Após passarem por problemas pessoais sérios, essas meninas acabam sendo “recrutadas” para passarem um verão em um acampamento juvenil só para mulheres. Afinal, neste suposto acampamento elas poderão se desconectar de seus problemas e se descobrirem, não só como mulheres mas como seres humanos.
No entanto, o avião que carregava as nove garotas (Fatin, Dot, Martha, Rachel, Shelby, Nora, Toni, Leah e Jeanette) para este retiro de empoderamento feminino, cai durante a viagem. Contudo, milagrosamente todas as garotas saem ilesas do acidente, ou pelo menos, é o que parece ser.
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Todavia, elas acordam em uma ilha totalmente deserta e sem qualquer meio de comunicação com o mundo exterior. Agora, pela primeira vez em suas vidas, elas terão que amadurecer rápido para garantir a sua própria sobrevivência. Agora elas terão que achar uma forma de deixarem as suas diferenças de lado e trabalharem juntas em prol de um bem maior, sua sobrevivência.
Entretanto, a Ilha esconde segredos inimagináveis e nada ali é o que parece ser. Além disso, pode haver uma traidora entre as garotas, o que levará as tensões do grupo ao limite.
o Elenco
Além de todo esse enredo fenomenal, a produção traz um grande elenco, composto, quase todo, por mulheres. Com nomes como: Sophia Ali, Shannon Berry, Jenna Clause, Reign Edwards, Mia Healey, Helena Howard, Erana James, Sarah Pidgeon e Chi Nguyen, como as protagonistas do show.
Cada uma dessas atrizes interpretam na série personagens plurais e com histórias pessoais bastante interessantes. Além disso, a trama do seriado consegue criar uma dinâmica muito efetiva na hora de apresentar a personalidade, traumas e desejos de cada personagem. Permitindo assim, que o público entenda as pressões e os desafios que essas adolescentes passam em suas vidas.
as Atuações
Por conseguinte, em minha opinião, cada uma das atrizes e suas respectivas personagens tem amplo significado para a trama do show. Isto se deve basicamente ao fato de que cada episódio, dessa primeira temporada, explora um pouco o passado e os traumas delas. O que faz com que cada uma tenha a sua devida importância dentro da trama apresentada pela série.
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No entanto, segundo o meu entendimento, algumas dessas atrizes conseguem se destacar mais do que outras. Portanto, ressalto as atuações de Shannon Berry, Mia Healey, Helena Howard e Sarah Pidgeon, interpretes das personagens Dot, Shelby, Nora e Leah, respectivamente.
Shannon, que interpreta a Dot, trás uma figura feminina forte e independente, líder nata. Que foge do paradigma patriarcal de que a mulher é o gênero fraco. Destemida e com um passado sofrido ela é a líder do grupo e grande responsável pela sobrevivência das meninas na ilha.
Mia, por sua vez, dá vida a Shelby, que é, de longe, a personagem mais complexa da trama. Criada “em berço de ouro”, ela aparentemente parece ser o estereótipo clássico de patricinha mimada. No entanto, vinda de uma família extremamente conservadora ela nunca teve coragem de se revelar como realmente é (uma mulher Gay), devido ao medo que ela tem do conservadorismo exacerbado do seu pai.
Todavia, Sarah por sua vez, interpreta talvez a personagem que mais se destoa das demais adolescentes na trama do seriado. A atriz, da vida a incontrolável Leah. Jovem adolescente de 17 anos, Leah é explosiva, intensa e temperamental. Ao mesmo tempo, extremamente inteligente, observadora e questionadora. No entanto, o seu temperamento explosivo a torna imprevisível e obcecada por tudo aquilo que ela não consegue controlar.
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Por fim, mas não menos importante, temos a Helena, que interpreta na série a Nora. Uma menina extremamente inteligente que tem enorme dificuldade em se socializar. Ela também esconde um grande segredo das outras meninas do grupo. Segredo este que podem fazer com que as garotas passem a odiá-la.
Por conseguinte, todas as demais atrizes e suas respectivas personagens, que não citei aqui, tem a sua importância dentro da trama. E as suas histórias de vida trazem traumas que infelizmente são muito comuns na juventude atual.
Além disso, tenho a interpretação de que cada um dessas personagens representam um estado mental de uma pessoa. Passando pelo otimismo de Shelby até o estágio mais depressivo da mente humana, representado por Leah.
Conclusão
Em suma, ” The Wilds: Vidas Selvagens”, faz uma crítica social moderna, explorando problemas sociais corriqueiros em nossa sociedade. A série traz um retrato “nu e cru” dos dilemas e problemas emocionais que a nossa juventude vem passando constantemente na sociedade.
Além disso, sua trama envolve o espectador de uma forma que, essas meninas passam a ser alguém próximo. Uma amiga, uma filha, uma irmã. Muitas vezes fazendo com que o espectador se identifique com elas.
Por fim, entendo que o show é uma das melhores produções deste ano de 2020 e quem sabe até dos últimos tempos. Misturando ficção com uma boa dose de realidade e crítica social, a Amazon criou uma nova “Lost”, moderna e que cumpre bem o seu papel de entreter ao mesmo tempo em que nos faz refletir sobre as mazelas do mundo e sobre o que será do futuro dos nossos jovens.