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Control Z, estreou no catálogo da Netflix e trouxe uma trama aparentemente inofensiva, em um clássico estilo “Eu Sei o Que Você Fez no Verão Passado”, mas, nos seus atos finais consegue criar narrativas que te surpreendem positivamente.

Em minha analise, “Control Z” é divida em três atos. No primeiro temos a construção dos seus personagens, mostrando suas personalidades e como cada um se porta diante um do outro. Lidando com temas pertinentes como o bullying, depressão e suas formas de se manifestar e como cada um se interliga.

Crítica Control Z da Netflix: Seus segredos estão realmente a salvo? | Crédito: IMDb.

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A virada do ato é quando um segredo é revelado em um evento no auditório da escola. Então, vêm o mistério, descobrir quem foi que revelou o segredo mais intimo de uma aluna.

O Hacker misterioso dá o direito ao contra golpe e mais três segredos são revelados. Nesse momento, a busca para saber quem é que está fazendo isso, toma conta da história e se torna o tema principal do show.

A série consegue segurar seu mistério até o momento em que ela quer que você descubra. Mas vamos voltar um pouco na nossa analise…

A nossa protagonista é Sofia Herrera (Ana Valeria Becerril), que depois de perder seu pai quando ainda era criança, não soube lidar muito bem com a perda. Na adolescência, ela acaba entrando em depressão, a ponto de se mutilar. Na escola não tinha amigos e com seus olhos de “tendera” observava nos mínimos detalhes seus colegas.

Crítica Control Z da Netflix

Crítica Control Z da Netflix: Seus segredos estão realmente a salvo? | Crédito: IMDb.

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Sua vida acadêmica muda quando um aluno novo, Javier Willians (Michael Ronda) é transferido para sua escola. O jovem começa a fazer um trabalho acadêmico com Sofia e instantaneamente desenvolve um carinho por ela e, “naturalmente”, se tornam amigos.

Como em todo drama teen escolar, tem o grupo que manda. Usando em todos seus aspectos, os clichês dos populares da escola, temos a patricinha antipática e suas serventes “baba ovo”, o bonitão rico e o trio de “panacas” que não estão nem ai para a escola e só pensam em brincar, bagunçar e fazer Bullying. E seguindo a linha de clichês adolescentes temos, também, a vitima dos “panacas”, o nerd, que é oprimido, humilhado e não consegue se defender dos seus opressores.

Todos os envolvidos na narrativa principal, estão ótimos em seus respectivos papeis. Posso dizer que estão tão bons que criar ranço e ódio por certas atitudes está sendo fácil, Gerry (Patricio Gallardo) que o diga.

Crítica Control Z da Netflix: Seus segredos estão realmente a salvo? | Crédito: IMDb.

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O jogo feito pelo Hacker, com ameaças através de mensagens, pedindo pra que elas façam algumas coisas, caso não, seus segredos serão expostos, mostram o quanto as pessoas são egoístas e pensão apenas em si, quando são ameaçadas.

Uma questão importante, da série, que poderíamos tirar para a vida real, é o quanto somos vulneráveis diante da tecnologia. E o quanto uma pessoa pode nos invadir ao usarmos Wi-Fi  públicas, compartilhadas por diversas pessoas. Portanto, tenham sempre cuidado com o famoso “Wi-Fi free”.

Voltando a série, a construção do background dos personagens é muito bem feita e mostra o quanto as pessoas imprimem apenas o que lhe é benéfico a elas.

Na busca do “Hacker”, Control Z, não da pistas de quem é a pessoa, então ficamos igual aos personagens pensando e tentando identificar quem é o criminoso. Quando estamos perto de entrar no terceiro ato da série, ela começa a te encaminhar para quem realmente ele é. Vai te dando evidências de que aquela pessoa é de fato o culpado, e vai mudando a sua personalidade.

Crítica Control Z da Netflix: Seus segredos estão realmente a salvo? | Crédito: IMDb.

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Essa construção é muito boa, porque a série já te mostrou, antes, o verdadeiro vilão. Mas ao mesmo tempo, ela não quer que você descubra ainda. Com isso, você se deixa enganar, é extremamente sensacional.

!!ALERTA DE SPOILER!!

Nesse momento, entramos no terceiro ato. E assim, temos uma virada. A série te mostra o vilão, mas consegue te subverter de novo. Mas antes dela te enganar novamente, temos um episódio, onde somos, realmente, apresentados ao Hacker e a sua motivação. Existe uma coerência no porque dele fazer tudo isso, mas a questão da paixão platônica por Sofia eu achei um pouco forçada e muito repentina. Precisava um desenvolvimento maior para me convencer (não sei você, mas ao meu ver foi rápido de mais).

O episódio em questão, explica uma cena, que me deixou confuso no começo. A cena em que Sofia se encontra com um homem, várias vezes, para conversar, ler e jogar dominó. Quando ela conta que o segredo dela pode ser revelado, e ele diz que se isso ocorrer ele pode ser preso, por isso não poderia mais acontecer esses encontro, pelo menos temporariamente.

Eu pensei que eles fossem namorados, amantes, ou algo do tipo, não sei se vocês pensaram desta maneira. Aí temos a explicação que o cara é o pai de Sofia, que forjou sua própria morte e depois de anos voltou. E, por sinal, está foi uma das revelações que mais me chocou.

Voltemos ao enredo principal!
Crítica Control Z da Netflix

Crítica Control Z da Netflix: Seus segredos estão realmente a salvo? | Crédito: IMDb.

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Nós sabendo quem era o mal caráter e suas motivações, só faltava os envolvidos descobrirem a real de que Javier não era o Hacker. Nesse ato final temos grandes momentos, o da revelação, que mostra que a série nos persuadiu quando nos diz que Sofia não sabia. Mas ela sabia o tempo todo e até armou um plano com Javier para desmascarar o tal Hacker.

No final de Control Z, temos um acontecimento que me choca (pelo menos foi o que senti) e a dona Netflix, sacana como sempre, nos deixa sem respostas. Já dei muitos spoilers nesse texto, portanto, não irei contar qual acontecimento foi esse. Sorry!

ASSISTIMOS! E AÍ? - CONTROL Z

9.6

Flávio Santana
Publicitário, geminiano apaixonado pelo mundo Geek. Filmes de terror e suspense sempre caem bem, mas o mundo fantástico me faz viajar. Dito isto, Harry Potter é meu Universo preferido.

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