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O fenômeno “La Casa de Papel” retornou na última sexta (03) à Netflix, com sua eletrizante parte 4. Desde que foi adquirida oficialmente pelo serviço de streaming, a série ganhou ares de super produção, e não cai na mesmice, mesmo com seu enredo girando em círculos. Apesar da parte 3 ter apresentado um novo plano de assalto, vimos a fórmula se repetir e todo o plot se estender para a nova parte.

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No entanto, apesar de semelhante as demais, a nova leva de episódios trouxe, ou amplificou, um elemento que deu o tom da nova temporada: o sentimentalismo e evolução dos personagens. Não que nas partes anteriores isso tenha sido inexistente, pois sempre tivemos flashbacks que assumiram a posição de construir a evolução de nossos bandidos. A questão é que nessa temporada em si, pudemos mergulhar e entender a alma de cada um ali.

la casa de papel parte 4

Porém, é preciso que se diga, que por conta disso o mote central que envolve o assalto, a ideologia social a ser transmitida, foi reduzida. O que me parece ser uma alternativa, talvez a única, para que o show chegasse ao quarto ano sem perder o ineditismo. No entanto, vale dizer que, apesar da trama ter praticamente estacionado e ser levada para mais um ano, ainda dentro do mesmo plano de ação, ainda assim tivemos momentos de tirar o fôlego.

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Para tanto, foi inserido um novo e terrível vilão, Gandia, que passou despercebido na temporada anterior. É notável que boa parte dos episódios giraram em torno da perseguição traçada pelo chefe de segurança do banco. Inclusive, houve episódios em que simplesmente a rivalidade entre os bandidos e polícia/governo simplesmente foi esquecida, ou deixada em segundo plano.

Sobre os personagens, se houve um maior foco no emocional, houve evolução. Podemos destacar Tóquio, que sem focos em conflitos amorosos, pôde demonstrar todo o amor que sente por seu grupo e até onde ela iria por cada um deles. O casal Denver e Estolcomo não brilhou tanto, inclusive todo o plote do ciúmes em relação a Tóquio e Rio foi um tanto desnecessário, uma verdadeira encheção de linguiça. Voltando aos personagens que cresceram na temporada temos Palermo e a nossa lendária rainha do matriarcado, Nairóbi.

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Sobre Palermo, apesar de odiado, o personagem é talvez um dos mais ricos e cheio de camadas a serem exploradas. Apesar de ser um Berlim 2,0, imprevisível, charmoso e na maior parte do tempo machista e psicopata, o personagem acrescenta, e muito. Já Nairóbi, que já foi fadada ao secundarismo nas temporadas iniciais, ganha ares de protagonista, pois nesse arco emocional aberto nessa parte, foi quem mais brilhou.

Sobre os nossos “protagonistas”, Professor e Raquel, o casal foi responsável por  nossos momentos de desesperos. Lidando diretamente com o jogo psicológico da polícia os dois também movimentaram. O Professor começa com a perda de sua maior virtude, a frieza e o auto controle, o que faz todo o plano desmoronar. Provando assim, que é parte fundamental no andamento do plano. Tudo muda quando descobre que Raquel não foi executada e se intensifica quando perde um dos seus. A partir de então, o Professor volta a seu padrão de genialidade e tudo fica mais interessante. Lisboa também se mostra cada vez mais pertencente ao grupo e resiste à manipulação da nova inspetora, que por sinal, foi uma das personagens mais imprevisíveis da trama até aqui.

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Por fim, podemos dizer que “La casa de papel” parte 4 não trouxe nada de mirabolante. Pelo contrário, manteve sua fórmula com muita ação e plot twists de perder o fôlego. Além disso, como já foi dito, para suprir a falta de inovações o foco na construção das personas foi uma solução. Podemos defini-la como uma temporada sentimental, nostálgica e com uma baita coragem de abrir mão de histórias e personagens amadas.

P.S: A trilha sonora mais uma vez estava maravilhosa e assertiva, principalmente nos momentos dramáticos.

ASSISTIMOS! E AÍ? - LA CASA DE PAPEL 4

9.1

Wes Santos
Graduando em Letras Português pela UESPI, nordestino, piauiense, músico, escritor, apaixonado por seriados de TV, inclusive Youtuber de séries (SERIANDO COM WES). Sou extremamente tímido e reservado, beirando a chatice. Todo mundo deve ter um top 5, o meu: 1. Friends, 2. The Vampire Diares, 3. Greys Anatomy, 4. The O.C e 5. Elite.

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