“Aqui, Agora”, não foi atoa que esse foi o título de todos os episódios, iclusive do We Are Who We Are 1×08. Me peguei analisando essa história da HBO, episódio a episódio, com as mesmas “ferramentas” que costumo usar para séries mais “comuns”. Porém, WRWWR foi tudo, menos comum.
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Portanto, não era uma história sobre inícios ou desfechos. Ou seja, não se tratava sobre se Caitlin iria até o fim com a transição. Nem mesmo se iríamos descobrir mais sobre a sexualidade de Fraser. Mas, sim sobre o “agora” de cada personagem, sem preocupação com definições ou destinos. Com isso, creio que We Are Who We Are 1×08 e todos os outros episódios foram apenas recortes, fragmentos de uma parte da vida naquele mini universo que foi a base militar.
Vale destacar, que esses recortes remontaram a adolescência dos personagens centrais. Em tempos em que surgem novas definições, nomenclaturas e que tudo parece tão diversificado, WRWWR parte do questionamento pautado na limitação que esses rótulos causam ao adolescente contemporâneo.
Falando brevemente de We Are Who We Are 1×08, tivemos a confirmação de que a família de Caitlin será de fato transferida. Estranho falar em algo no futuro em uma minissérie encerrada. No entanto, é aquele lance do recorte, cara… Isso foi só uma parte da vida daquelas pessoas, é um tanto absurdo pensar que em quase toda obra fictícia temos um “final”, como se a vida dos personagens estacionasse ali. Não! A ficção espelha a vida, e a vida não estaciona. Não dá pra você ter todas as respostas e simplesmente finalizar algo.
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Portanto, esqueça! Você não saberá se um dia Jenny vai se livrar das amarras do machismo e do marido. Também não vai saber qual o destino de Danny em seu encontro com sua religião matriz. Nem mesmo vai entender a relação estranha de Fraser com suas mães. Falando no maluquinho, você também não vai saber se algum dia ele vai dar uns pegas no gostoso do Jonathan, ou encontrar alguém que o complete. Espera! Isso você sabe.
O episódio final foi sobre a despedida de Caitlin/Harper e Fraser. Assim sendo, acompanhamos os dois em uma viagem para assistir a um show de Bood Orange, em especial para ouvir “Time Will Tell”. Inclusive, a canção conversa com a narrativa da série desde o início. Afinal, as questões anteriores só o tempo irá dizer.
Enfim, (sinto que estou fazendo muitos rodeios) o episódio acompanha a dupla vivendo seus últimos momentos de forma intensa. Além disso, descobrimos que Mark, o amigo de Fraser é fruto de sua imaginação. E, o garoto repete isso neste último episódio. Assim sendo, ele imagina um garoto perfeito para ele, e se distancia de Caitlin durante o show. Ao meu ver, com a intenção de afastar a sensação de perda que aqueles momentos traziam.
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Por fim, em uma cartada final, temos Fraser e Caitlin se entregando a um beijo, intenso, demorado e amoroso. Ok, precisamos de tempo para digerir isso. Sim, eu também não sei o que sentir sobre isso. Porém, estranhamente isso me causou uma sensação de completude. Ao meu ver, a dupla não é um casal, apenas precisava daquilo, naquele momento, um abraço não seria suficiente para tamanho sentimento.
Enfim, chega de tentar entender, perdi a muito tempo a intenção de ter certeza sobre qualquer coisa nessa história. Só posso dizer que em tempos em que a maioria dos seriados segue fórmulas de sucesso para agradar um público em geral, WRWWR é um respiro criativo, inovador, profundo em um mar de futilidade e superficialidade que é a indústria fictícia.