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Com estreia marcada para dia 28 de novembro, a série Consciência³, com direção de Renato Barbieri, traz um forte elenco de pensadores e pensadoras para debater um dos temas mais decisivos para o desfecho do século 21: a Consciência

Cientistas, filósofos, psicólogos, espiritualistas e ativistas sociais. Todos especialistas no tema da consciência, abordando diferentes perspectivas. Assim se dá o enredo de Consciência³, nova série do Canal CURTA! com direção de Renato Barbieri e estreia no dia 28 de novembro. Pensadoras e pensadores refletem sobre o fenômeno universal da consciência.

O diretor Renato Barbieri ressalta sobre a importância de se abordar o assunto como fator determinante para uma real transformação da sociedade: 

A necessidade de se falar e se aprofundar sobre o fenômeno da consciência é premente! A tese central da série é que a consciência é um atributo da Vida, ou seja, não é uma exclusividade humana, e que a consciência coletiva será determinante para o desfecho do século XXI. Ou seja, se, enquanto Sapiens, continuarmos sendo consumistas inconscientes e ficarmos replicando a mentalidade antropocêntrica, o desfecho será imprevisivelmente danoso. E, pelo contrário, se adotarmos uma postura consciente perante nós mesmos, o outro, a Vida e o planeta, o desfecho do século XXI será bem diferente.

Diretor, produtor, roteirista e psicologo, Renato conta que a ideia da série surgiu há cerca de dez anos, quando pretendia levar o projeto a um edital de um canal fechado de TV.

A série tem como objetivo aprofundar o tema universal da consciência, com base no testemunho de pensadores e pensadoras, “pessoas realmente conectadas com o conhecimento universal”, de acordo com Renato. Um elenco estruturado que de fato se debruça sobre o tema, escolhidos a dedo de forma equilibrada entre gêneros e com presença essencial afro-brasileira e indígena.

O nome seguido de “ao cubo” não foi por acaso. Originalmente a ideia era trazer três pensadores por episódio, sendo um neurologista, um psicólogo/psicanalista e um filósofo/espiritualista, e assim se fez. Desta forma, a série se desenvolveu em cinco episódios: 1. A Consciência em Si; 2. A Consciência do Outro; 3. A Consciência da Rede da Vida; 4. A Consciência na Ciência; 5. A Consciência de Gaia.

Conversamos, brevemente, com Barbieri e o diretor nos disse que espera que a série toque e impacte a vida das pessoas.

Penso sempre em fazer obras de impacto e isso implica em o público ficar de alguma forma tocado pelo que estamos narrando. Tocado, sensibilizado, emocionado e contaminado pela obra.
Diretor Renato Barbieri | Foto: Divulgação.

Leia a entrevista completa:

 

Renato, como surgiu a ideia de levar o tema “consciência” para uma série?

Minha formação universitária é a Psicologia e este é um projeto que venho desenvolvendo há mais ou menos 10 anos, por considerar o tema da consciência um dos mais prementes da Humanidade neste século. Essa urgência só vem crescendo, tamanho o estrago que o Sapiens e o Capitalismo vem fazendo. Por isso acredito que a série esteja sendo lançada em um momento de maior apelo e sensibilidade do público para a questão.

Ao longo da sua carreira, você produziu muitos longas e documentários com temas profundos e que faz as pessoas pensarem. Essa nova série aborda ideias e testemunhos. Qual foi o processo de produção da série, com as diferentes visões de cada pessoa?

De fato conseguimos juntar um time de pensadoras e pensadores que, pelo resultado, superou minhas expectativas. Esses homens e mulheres trazem com grande vigor e sensibilidade uma visão muito aguda da complexidade crescente na qual vivemos e situam a consciência não como uma exclusividade do Sapiens, mas como um fenômeno da própria Vida. Nesse sentido, o neurocientista António Damásio se torna uma espécie de “pedra-angular” da série como um todo, pois ele, como cientista brilhante que é, nos mostra que os sentimentos e a consciência estão na base da Vida. A mentalidade antropocêntrica dominante nos levou a crer erroneamente que esses atributos seriam uma exclusividade do Sapiens. Essa compreensão muda completamente a ordem das coisas. Por isso o livro mais recente do Damásio se chama “A Estranha Ordem das Coisas – As origens biológicas dos sentimentos e da cultura”. O resultado é uma espécie de “consciente coletivo” sobre a consciência.

Renato, você já realizou várias biografias, já pensou em fazer a sua própria?

kkkkkkk. Nunca pensei em fazer uma autobiografia, mas, com sua sugestão agora, quem sabe um dia… Brincadeira! Na real, se fosse para virar um biografia um dia, preferiria que alguém fizesse isso por mim.

Como funciona seu trabalho de pesquisa para realização de uma série?

Gosto de trabalhar com uma equipe enxuta de pesquisadores e roteiristas muito afinada com o pensamento original da série ou do longa. Na ideia original já existe uma intenção clara de qual fenômeno pretendemos retratar e como. Mas o processo do fazer vai fornecendo profundidade e densidade às ideias. Gosto muito de aprofundar e adensar as coisas. Com isso, acredito que o impacto se torna maior junto ao público. Faço produtos de conteúdo audiovisual pensando em impactar a mim mesmo, à equipe e ao público. Penso que esse “todo” tem de ser plenamente contemplado. Se alguém “sair” dessa equação, penso que a obra estaria se desviando de seu propósito.

O que você espera do público após assistirem aos episódios?

Penso sempre em fazer obras de impacto e isso implica em o público ficar de alguma forma tocado pelo que estamos narrando. Tocado, sensibilizado, emocionado e contaminado pela obra. E assim, que a obra possa gerar conversas, debates, reflexões e, porque não, sonhos. Adoro quando alguém que assiste a uma obra minha me diz depois que acordou pensando nela… ou que foi dormir pensando nela. Se sonhar então… Acredito que assim a obra se torna algo realmente vivo. As obras são nossos frutos que permitem às pessoas “degustarem”. Assim como as árvores produzem frutos, o Sapiens também produz frutos deliciosos ou impactantes e um fruto é tão vivo quanto o outro. A Cultura é um desdobramento biológico. Consciência ao Cubo fala dessas coisas…

De que forma ocorreu a escolha do elenco de pensadores e pensadoras?

Foi uma processo de construção que envolveu pesquisa. O projeto original já contava com alguns desses pensadores, como o António Damásio e o psicólogo Guto Pompéia, o cientista Fritjof Capra e o sábio indígena Ailton Krenak. Com a entrada no projeto dos roteiristas e pesquisadores Marilda Donatelli e Frederico Paes de Barros, surgiram outros nomes brilhantes, que não conhecia tão bem e passei a ficar apaixonado pela lucidez deles, como, por exemplo, a filósofa Scarlett Marton, a educadora Lia Diskin, o cosmologista Luiz Alberto Oliveira, o historiador Luiz Marques, o arquiteto e ativista Edgard Gouveia, o filósofo Krznaric… (lista completa no site consciencia3.com).

Markelly de Paula
Administradora de ofício e publicitária de paixão. Adoro séries, filmes e livros (os de romance são os que mais me fascinam). Meu fim de semana é maratonar séries, e a que mais gostei, até agora, foi The Vampire Diares, quem não se derrete por aqueles vampiros?

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