Por Nesta quinta (01), estreou na Netflix a mais nova produção original brasileira do streaming, “Bom Dia, Verônica”. A série policial traz Tainá Müller como nossa protagonista, que se vê envolvida em um esquema de corrupção dentro de sua corregedoria, além de lutar para encontrar provas contra um serial killer.
A série nacional traz um elenco super conhecido do público, onde a maioria já participou de algum projeto na TV aberta. Nomes como Camila Morgado, Eduardo Moscovis, César Mello, Silvio Guindane, Antônio Grassi, são alguns dos presentes na produção.
o ritmo
Crítica Bom Dia Verônica da Netflix | Crédito: Suzanna Tierie / Netflix
ATENÇÃO!! ESTE TEXTO POSSUI SPOILERS!!
O primeiro episódio da série começa com um ritmo acelerado, mas, no decorrer, acaba esfriando um pouco. No entanto, a partir do segundo não temos tempo para respiros e muito menos piscar. “Bom dia, Verônica” engata a quinta, acelera e mostra a que veio, com mistérios, investigações e muita ação.
Não sei se todas ou algumas pessoas tinham essa visão, mas eu achava que escrivão de policia era aquela pessoa que redigia o que estava sendo dito em um interrogatório. No entanto, a série serve para mostrar que um escrivão é muito mais do que algo burocrático.
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“Escrivão de Polícia é um dos agentes de autoridade policial, responsável por conferir legitimidade às atribuições da polícia judiciária no esclarecimento de crimes e demais ocorrências.”
Esclarecido uma duvida que não sei se era só minha, voltamos ao nosso papo sobre o que achei da série.
A temática
Crítica Bom Dia Verônica da Netflix | Crédito: Netflix
A série traz temas importantíssimos como: violência contra a mulher e os perigos da internet. A produção acrescenta á temática também, a figura do serial killer, que não é muito retratado em produções nacionais, o que é uma pena, pois o tema é interessante e faz muito sucesso, “Dupla Identidade” que o diga. Mas voltemos aqui.
Para irmos aos temas abordados, eu preciso falar sobre um ponto que me incomodou. O fato de como a corregedoria se porta diante de uma situação extrema. Uma mulher se mata dentro do escritório da policia. No entanto, a ação da corporação é de abafar o caso, sem procurar saber os motivos que a levaram a ter essa atitude. A forma escrota como a Delegada Anita (Elisa Volpatto) age diante da situação é repugnante. Ainda mais em um momento em que muito se discute sobre sororidade, empatia e luta feminina.
A situação piora quando outro caso aparece e as atitudes da Delegada se sobressai ainda mais, mostrando um comportamento machista e preconceituoso. Acho que seja uma forma de gerar um desconforto sobre a situação, mas a persona feminina incomoda ainda mais no mundo de hoje. Até me questionei sobre o período em que a série se ambientava, mas é dias atuais.
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Eu sei que a produção quer construir uma personagem com índole duvidosa, corrupta e que só pensa em si mesma. No entanto, se a intenção era passar uma mensagem sobre como é complicado uma mulher fazer uma denuncia de abuso e que terá alguém que a apoie nesse momento, neste sentido a série perdeu a oportunidade de incentivar outras mulheres a denunciar.
Vocês podem discordar do meu pensamento, mas a abordagem, em minha opinião, foi infeliz e serviu como um desserviço para quem deseja denunciar. Mesmo que a presença de Verônica seja usada para passar a mensagem de incentivo e de coragem para milhares de mulheres que passam por essa situação, a mensagem ainda é falha.
A história
Crítica Bom Dia Verônica da Netflix | Crédito: Netflix
Entre as investigações para a captura do homem que seduz mulheres através de aplicativos de relacionamentos, vamos sendo inseridos ao arco de Janete (Camila Morgado) e de Claudio (Eduardo Moscovis), que em primeiro momento o vemos como um casal que está sofrendo pelo aborto do filho. No entanto, sem muitas voltas, ddescobrimos que o buraco é mais embaixo e que Claudio é um homem opressor, violento e que controla sua mulher através de humilhações. Contudo, o caldo entorna ainda mais, quando descobrimos que ele é um serial killer e que usa sua esposa, através de pressão psicológica, para atrair suas vitimas para o seu destino final, a morte.
“Bom Dia, Verônica” trás uma narrativa muito instigante. Sem deixar a peteca cair, traz excelentes atuações, onde destacamos Camila Morgado, surpreendendo um total de zero pessoas. Tainá Müller enfim ganha seu merecido papel de destaque e brilha, Edu Moscovis nos surpreende com a perfeição de seu personagem, um assassino em série bipolar.
A produção deveria ter destinar algum tempo para contar de fato a história de Claudio. A série vai construindo situações sobre seu passado, referente a seus pais e sua história. Ainda nos entrega uma avó, que aparece sem muitas explicações e, contudo, no fim, continuamos basicamente onde começamos, sem respostas.
o veredito
Crítica Bom Dia Verônica da Netflix | Crédito: Netflix
Me frustrou um pouco o fim de Janete! Só falo isso!
A série me enganou por alguns minutos, principalmente sobre o fim de Verônica, onde quase saio xingando e pensando que havia desperdiçado meu tempo. Entretanto, graças a Deus e os roteiristas, foi apenas uma parte do plano e teremos uma “Verônica atômica” na próxima temporada.
Em suma, “Bom Dia, Verônica” entra como uma das melhores séries nacionais produzidas pela Netflix. Nos trazendo uma produção de qualidade, com ótimas atuações, fiel em sua proposta, com uma trilha sonora perfeita, com um enredo instigante e com uma ótima produção e direção.
