“Hanna”, para quem não conhece é uma das séries originais da Amazon Prime Vídeo de maior sucesso do seu catálogo. Ela conta a história de “Hanna”, personagem título e protagonista da série, interpretada magistralmente pela jovem e talentosa atriz Esme Creed-Miles. A sua segunda temporada estreou esse mês, cheia de expectativa por parte dos fãs, que esperavam um segundo ano tão bom ou pelo menos tão interessante quanto o primeiro. Entretanto, o que recebemos foi um pouco decepcionante. Nessa Crítica de Hanna, irei abordar as duas primeiras temporadas, traçando um paralelo de comparação entre ambas.
PRIMEIRA TEMPORADA: a ACENSÃO – NOTA 9.0
CUIDADO… CONTÉM SPOILERS!!
Durante o primeiro ano do seriado somos apresentados a personagem principal. Aparentemente, Hanna poderia ser uma garota normal, como qualquer outra adolescente. Mas com 17 para 18 anos de idade ela não tem nada de normal.
Para começo de conversa, Hanna não mora em uma casa com quartos e cozinha, ela mora em uma caverna escondida, em uma floresta em algum lugar da Alemanha, com seu pai, Erik Heller (Joel Kinnaman). Além disso, a jovem é uma maquina de combate implacável, com sentidos apurados. Ela consegue identificar o perigo eminente a quilômetros de distância.
Tendo vivido, até então, toda a sua vida escondida na floresta, e criada por seu pai, para poder se defender de qualquer perigo, a menina sonha em sair daquele lugar, conhecer o mundo e viver uma adolescência normal como qualquer outra garota. No entanto, ela não é uma garota normal e nem nunca será.
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Hanna, faz parte de um experimento do governo norte-americano que se é realizado em todo o mundo que visa criar o soldado perfeito. Tal experimento, consiste em encontrar mulheres gravidas, próximas a darem a luz e que não tenham condições de cuidar das crianças ou pensam em aborta-los. Convencendo-as a doarem ao governo e que abdiquem do seu direito de mãe sobre as crianças, mediante o pagamento de um pequena quantia em dinheiro. Mas existe um requisito para participar do programa, a mãe deve estar esperando uma menina.
Ainda gravidas, elas são submetidas a experimentos genéticos que afetam suas filhas em seu ventre a nível celular. Fazendo com que elas tenham seus sentidos aprimorados. Ou seja, que adquiram um olfato, audição, força, inteligência e visão acima da média. Quando as crianças nascem elas são imediatamente separadas de suas mães e levadas para um centro de treinamento do governo dos Estados Unidos. Lá são treinadas durante toda a sua vida para se tornarem espiãs. Transformando-as em armas mortais que são incapazes de ter vontade própria e obedecem todas as ordens que lhes são dadas sem questionar.
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Hanna é uma dessas crianças. No entanto, Erik (um dos agentes dessa operação governamental secreta), após recrutar a mãe da menina para o experimento, acaba se apaixonado por ela. Após o nascimento da garota, tendo mudado de ideia, e com a ajuda de Erik, eles conseguem tirar a menina recém-nascida da instituição governamental, mas no processo de fuga, a mãe de Hanna é morta. Então Erik se vê obrigado a se esconder com a menina na floresta e cuidar dela como se fosse sua filha biológica para salvar a sua vida.
É nesse contexto que a produção da Amazon Prime Video começa. E já começa a mil, com muita ação, tiro porrada e bomba. Durante toda a primeira temporada, vemos Hanna tentando encontrar respostas sobre o seu passado e o seu lugar no mundo. Enquanto Erick trava uma guerra contra esse programa da C.I.A, de codinome UTRAX, arriscando tudo, inclusive a sua própria vida para proteger a “filha” e desmantelar a organização para que assim, a menina possa a vir ter uma vida normal.
Com uma trama de espionagem bem complexa, cheia de traições e reviravoltas, o primeiro ano da produção é eletrizante, da primeira cena até a sua ultima. Com apenas 5 minutos do primeiro episódio, eu já estava apaixonado por ela. Mas infelizmente, o segundo ano não conseguiu, nem de longe, repetir o feito.
segunda temporada: a queda – nota 7.5
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Para início de conversa, a nova temporada de “Hanna”, já começa com dois episódios a menos, contando apenas com 8. Entretanto, você pode colocar como bons, apenas três deles (o primeiro e os dois últimos).
Como fã, fiquei extremamente chateado com o roteiro ruim do segundo ano do show. Principalmente porque eles fogem completamente da essência da série, uma produção de ação focada em espionagem e em agencia secretas governamentais. E embora, tudo isso esteja presente como plano de fundo no novo ciclo de episódios, a temática fica mais voltada para o lado dramático do que para a ação, propriamente dita. Em minha opinião, ela se transforma em uma série teen de drama, com um enredo repetitivo, cansativo, desinteressante e que desperdiça bons atores.
Neste segundo ano, Hanna e Clara (a menina que ela salvou ao final da primeira temporada, com a ajuda de seu pai), são recapturadas pelo governo norte-americano, que está transferindo as “recrutas” para um novo complexo, visto que o antigo foi destruído. Nesse novo prédio, eles passam para as jovens a ilusão de que são uma grande família. Além disso, criam para elas novos nomes, passado e falsos familiares com o objetivo de que quando estiverem militarmente treinadas, possam conviver na sociedade.
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Até esse ponto é aceitável, já que a maioria das meninas que estão nessa instituição nunca conheceram os pais. Entretanto, nesse momento, entra o grande erro da segunda temporada. Os roteiristas forçam a barra, colocando Hanna para aceitar tal “lavagem cerebral” de bom grado. O que é completamente o oposto das ações dela na primeira temporada. Ou seja, mudaram fundamentalmente a sua essência, o que acabou estragando a personagem.
Além disso ao focar nos dramas pessoais das “cadetes”, a produção perde a linha da série. A interação entre as meninas e seus dramas pessoais se faz necessário para o desenvolvimento das personagens. Mas acho que o fizeram de forma lenta e arrastada. Levaram quase toda a temporada para desenvolver isso, com episódios parados, com pouca ação, previsíveis, repetitivos e, algumas vezes, chatos.
Nos dois últimos episódios da segunda temporada de Hanna o seriado retoma a sua origem e dá uma melhorada significativa em sua trama e qualidade. deixando um bom leque de possibilidades para uma possível terceira temporada.
Mas fica a pergunta, porque os roteiristas levaram tanto tempo para desenvolver um enredo que poderia ter sido resumida em um ou, no máximo, dois episódios?
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Confesso que ainda tenho esperanças de uma boa terceira temporada para a produção, pois ela merece. Tem excelentes atores e uma trama que, se for bem explorada, pode fazer com que “Hanna” se torne uma das melhores séries da atualidade. Mas, após um segundo ano decepcionante, meu hipe para o próximo definitivamente não é mais o mesmo.
Atualmente, as duas primeiras temporadas já estão disponíveis no catálogo da Amazon Prime Video.
Quem tiver interesse corre lá e assista. A primeira temporada vale muito a pena. Já a segunda… Bem, não direi mais nada. Assistam e depois me digam o que acharam.