O amor verdadeiro existe e você pode ser feliz para sempre sem ter que se iludir com amores falsos. Esse o mote que rege a nova série da Netflix, The One.
Em uma ficção científica cheia de dramas e conflitos, The One mergulha em um mundo, onde a ciência e o amor são coexistentes e que a junção dos dois traz uma conexão verdadeira entre duas pessoas. Com um pegada a lá Black Mirror, The One nos mostra que a tecnologia pode trazer grandes benefícios, como também grandes traumas.
The One passa-se no futuro próximo, em um mundo em que por meio de um teste de DNA, podemos encontrar o nosso parceiro perfeito: a pessoa pela qual estamos geneticamente predispostos a apaixonar-nos. Ou seja, o “date perfeito!”
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Partindo deste princípio podemos imaginar como tudo pode dar errado ou não. Além dos dilemas de evitar frustrações nas relações e achar o nosso par ideal, The One traz em sua história um mistério envolvente, que permeia toda a temporada e nos instiga a acompanhar de forma compulsiva.
No elenco podemos destacar Hannah Ware que dá vida a Rebecca, a CEO e fundadora da MatchDNA, que não mede esforços para conseguir seus objetivos. Hannah, apesar de segurar bem seu personagem, em alguns momentos, onde se pedia reações mais expressivas, ela nos mostrava uma postura meio rígida, robótica e quase apática. Além do que, sua personagem é complexa e transita entre muitos sentimentos e emoções, e em determinados momentos (não sei se foi proposital), eu senti falta dessas emoções.
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A atriz Zoë Tapper, a Kate, está excelente em seu papel, conseguindo se destacar muito na série. Lois Chimimba é uma grata surpresa ao interpretar Hannah Bailey, no entanto, sua personagem é muito chata e deveria se dar mal no final (sorry).
The One consegue trabalhar todos os núcleos, fazendo com que eles se interliguem de alguma forma. Dando a cada um subtramas interessantes, fazendo com que a história se movimente, além da trama central.
Um ponto interessante que a série traz e a capacidade do ser humano de criar teorias. Criar situações por não acreditar no que está vivendo, nas pessoa que as cercam e como essas inseguranças podem acarretar em algo ruim na vida delas.
The One, traz essas visões muito bem pontuadas. Servindo como uma crítica à nossa sociedade. Que se pauta muito pela a mídia, pelo que está na moda e acaba ficando cego para suas intuições, desejos e reais sentimentos.
Apesar de ter uma boa explicação sobre o funcionamento do Macth, eu achei, a forma abrupta com que as pessoas se conectam, muito ficcional. Pois elas simplesmente esquecem de uma vida inteira. Largam tudo para se dedicar a uma pessoa que está conhecendo naquele exato momento e confiam plenamente que seu futuro com ela será eterno, cheio de alegrias e bla, bla, bla.
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Entretanto, uma pergunta a série nos faz questionarmos: “Você trocaria o certo pelo duvidoso?” E ela traz visões sobre esse questionamento, onde no fim esperamos que você consiga responder. Essa bandeira é meio complexa. Pois o duvidoso, naquele momento, é o seu certo e como podemos julgar que, lá na frente, ele não será mais?
Um ponto que poderia ser mais explorado na série, é o das pessoas que não fizeram o teste e tinham os seus parceiros que o fizeram. The One se contradiz no seu próprio discurso, de que as pessoas conectadas ficarão juntas. No entanto, em um determinado núcleo, isto não acontece. Não há explicação lógica para essa “falha no sistema” dito isso, precisa de uma explicação lógica em sua segunda temporada.
Em suma, com um final aberto, a produção tem tudo para ganhar uma segunda temporada e já deixa uma questão interessante para ser debatida no próximo ano. Por favor Netflix, renove The One.