A nova série LGBTQIA+ da Netflix, Young Royals, estreia com boa aceitação pelo público e pela crítica. No entanto, seu roteiro sensível, seu elenco diverso e a ausência de grandes reviravoltas pode afastar o público acostumado com séries brancas e sexys, como Elite.
Apesar disso, podemos dizer que a série sueca possui elementos básicos e necessários à um sucesso teen. Ou seja, há adolescentes descobrindo a sexualidade, com problemas de aceitação do corpo, status social e financeiro, tudo regrado a álcool e drogas.
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Assim sendo, Young Royals não traz nada de muito incomum, seu diferencial está na sensibilidade com que trata de seus temas, na sua fotografia, que preza por dar contraste à vida de seus protagonistas e na delicadeza, com que trata de uma apaixonante descoberta do amor.
Em suma, os 6 episódios focam na chegada do príncipe Wilhelm(Edvin Rydings) ao internato Hillerska e em suas dúvidas ao se ver dividido entre o amor que sente por Simon (Omar Rudberg) e seu dever com a coroa.
Além disso, a história, que tem elenco reduzido à cinco personagens regulares, ainda traz ótimas tramas paralelas. Por exemplo, temos tipos interessantes, como Felice (Nikita Uggla), que vive problemas com as expectativas da mãe, ou ainda, Sara (Frida Argento) que é talvez a personagem mais dúbia da série. Você não irá firmar conclusões claras sobre ela. Por fim, ainda há August (Malte Gardinger), odiado, o personagem representa a nobreza falida, a inveja e a dependência química.
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Entretanto, o que realmente possui destaque em Young Royals é a química incontestável de seu casal protagonista. Wilhelm e Simon formam um casal extremamente amável, muito disso, mérito de Edvin Rydings e Omar Rudberg, que construíram uma intimidade poucas vezes vista em tela. Dessa forma, não foi preciso abusar de cenas de sexo, dava pra sentir a conexão da dupla pelo olhar, pelos seus inúmeros abraços e pelos beijos apressados.
Por fim, é preciso elogiar a coragem com que a série rompe com padrões de beleza consagrados, com fórmulas de enredo batidas. Ou seja, com tudo que de certa forma funciona atualmente, para dar espaço a corpos, cores, formas diversas e pouco exploradas na TV. Com isso, o risco do cancelamento do show é alto, caso a série não repercuta. Agora é cruzar os dedos, assistir, reassistir e divulgar, para que possamos ter um segundo ano de aventuras do príncipe Wilhelm.
P.S. Acompanhar o amor de Wilhelm e Simon me deu uma enorme vontade de ter um namoradinho. Esse efeito ocorreu apenas em mim?
P.S.2 Felice representa tudo o que queremos em séries, uma moça popular, dona de si, segura com seu corpo e fora dos padrões Elite.
PERSONAGEM FAVORITO: Wilhelm
CENA FAVORITA: Wilhelm diz que ama Simon e o abraça na frente de toda a escola, mas recebe um “Feliz Natal”