O “Assistimos!! E aí??” de hoje está sombrio e com as presas completamente afiadas, para falar de uma das criaturas noturnas mais antigas da Literatura. Mais especificamente, iremos falar hoje da mais recente adaptação de Drácula, que estreou recentemente no catálogo da gigante do serviço de Streaming (Netflix), em formato de minissérie. Então, bora lá, nós já temos nosso veredito.
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1 – QUALIDADE PARCIAL E ACLAMAÇÃO
A adaptação chegou com a pompa toda, tendo um super-orçamento para ser produzida e recebendo uma boa aprovação, tanto pela crítica especializada quanto pelo público. A primeira temporada conta com apenas 3 episódios ao todo, de 1 Hora e 30 minutos de duração cada, e traz uma releitura moderna e atual do clássico de terror ” Drácula “, escrito por Bram Stoker, quase 120 anos depois da sua criação.
A Netflix deu tons ainda mais sombrios ao conto e ao icônico personagem criado por Stroker. Sua alta qualidade de produção, somada à história original e alguns elementos clássicos dos filmes de terror, fizeram da minissérie um sucesso quase que imediato e inevitável, principalmente nos seus dois primeiros episódios.
O elenco central da série, que conta com nomes como Claes Bang (Conde Drácula) e Dolly Wells (Sister Agatha / Van Helsing), trazem uma interpretação de tirar o fôlego, levando praticamente toda a minissérie nas costas, principalmente pelo fato de eles serem os personagens centrais.
2 – DESFECHO EQUIVOCADO E INCOERENTE
Mas, você pode estar se perguntando: Como uma série com tantos atributos pode ter dado errado? E eu respondo! Na minha opinião, como diria o bom e velho “Deadpool”, isso se resume á: ”roteirista preguiçoso”.
Como dito anteriormente, a minissérie vai muito bem obrigado em seus dois primeiros episódios. Neles, são retratados o mundo antigo e a tentativa do Conde Drácula de chegar à Inglaterra (chamada de Mundo Novo), onde ele poderia ter uma maior quantidade de seletas “vitimas” para se alimentar. No entanto, infelizmente, a série tem uma vertiginosa queda de qualidade em seu terceiro e último episódio. Este que, cronologicamente é situado séculos depois do início da série, com a aparição do Lorde Drácula em nossa sociedade moderna.
ATENÇÃO SPOILERS!
Mas, o que realmente compromete a qualidade pré-estabelecida pela minissérie em seus dois primeiros episódios é o desfecho do seu enredo. Mais especificamente, sua ultima cena, que mostra os inimigos mortais, Conde Drácula e Irmã Agatha, transando e morrendo juntos. Os fatos ocorrem após ser revelado que, todos os “sintomas” e características vampirescas, que Drácula adquiriu ao longo dos seus milhares de séculos de existência, não existem. Sendo assim, na verdade “ilusões” criadas pela a sua própria pisque. Difícil de engolir, já que tal conclusão é totalmente o oposto do que foi mostrando em toda a série. Dessa maneira, o show deixa muitas perguntas sem respostas, tais como: Se ele realmente não era verdadeiramente um vampiro, como ele conseguiu sobreviver todos esses séculos sem envelhecer?, entre outras perguntas.
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3 – PALAVRA FINAL
A premissa de fazer com que, todas as características vampirescas mostradas pelo Drácula na minissérie, sejam apenas fruto da sua própria psique,é sem sombra de dúvidas, muito interessante. No entanto, não foi bem explorada no roteiro da série, deixando mais duvidas do que respostas. Isso acabou por desagradar a todos e tirou a excelente qualidade que o show mostrou nos seus dois primeiros episódios, ou seja, os roteiristas acabaram comprometendo o sentido do enredo na tentativa de oferecer um desfecho inesperado.