Para a tristeza dos “hunters” e revolta geral dos fãs, Supernatural chegou ao fim. Esta temporada estava indo bem, havia muito foco nos relacionamentos dos meninos e sua família encontrada. 15×19 era ruim, mas 15×20 poderia salvá-lo. Não foi o caso.
Os escritores se atrapalharam bastante, deixando muitas histórias sem solução e jogaram fora todo o desenvolvimento que os personagens tiveram ao longo dos 15 anos. Portanto, vamos ao nosso review de Supernatural – O Final.
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o início do fim
ATENÇÃO!! ESTE TEXTO TERÁ (E MUITO) SPOILERS!!
Supernatural com certeza levou seu doce tempo para avançar na batalha contra Chuck. Existem razões pelas quais a temporada foi ritmada da maneira que está – coisas que ela precisava alcançar, mensagens que precisava martelar, memórias que precisavam ter – e eu entendo o porquê disso. No entanto, os círculos que teriam que se fechar estavam crescendo e ficando, com cada vez menos tempo, difícil de concluir.
Ao fim dos dois últimos capítulos, tivemos a sensação de que apenas 20 episódios não eram suficientes para finalizar uma história de 15 anos.
Iniciamos o episódio com Dean e Sam vivendo ainda o luto das perdas e tentando recomeçar, agora, sozinhos. Entretanto, a série nos da um alivio cômico, trazendo a versatilidade dos meninos em transitar pelo o humor, para em seguida nos levar a um mar de emoções, em um misto de incredibilidade, dor e muitas lagrimas.
A última caçada dos irmãos juntos vem através de um roteiro que frustra um pouco. A controvérsia do episódio, onde a revolta dos fãs vem a tona é na resolução mais fraca para o fim de um dos personagens mais “Mumm-Ra” já existente.
o deslize
Em uma invasão no ninho de vampiros para salvar duas crianças que haviam sido sequestradas, os Winchesters entram em uma luta contra os vampiros e na luta corporal com um dos monstros Dean é enfincado em um pedaço de ferro exposto em uma pilastra.
Dean já foi para o inferno algumas vezes, viveu um ano no purgatório, lutou com anjos, demônios, lobisomens, leviatãs, Deus e entre milhares de monstros. No entanto, foi derrotado por um pedaço de ferro, entrando para uma das piores mortes de protagonista da história.
Entretanto, a frustração logo dá espaço para um dos momentos mais emocionantes e verdadeiros da série. A cumplicidade, a irmandade e a lealdade entre Dean e Sean são inigualáveis, e quando se misturam com os sentimentos de Jensen e Jared, temos um encontro de almas e emoções puras.
Aos mais duros de coração, lenços são poucos para muitas lagrimas a serem derramadas. Com um dialogo sincero e belíssimo, os irmãos se despedem e ao mesmo tempo dão a benção para que cada um tomem rumos diferente.
Enxergo esse momento como uma metáfora, analogia da vida profissional dos dois, onde depois de quinze anos terão que desbravar a sós seus lugares no mundo.
o adeus
Toda essa emoção só exalta ainda mais um sentimento que eu carrego sobre o que a série fala. Para alguns o sobrenatural é o seu tema principal, mas na verdade a série é sobre família e a sua importância e cumplicidade que nos ajuda a conseguir caminhar em um mundo cheio de “monstros”.
Contudo, depois desse ápice, descobrimos como ficou o céu sob o comando de Jack e que Cass o ajudou em sua nova missão. Acompanhamos, também, a vida de Sam sem seu irmão, que continuou sua jornada como caçador, construiu uma família e teve um filho, que acabou seguindo os seus passos como caçador. Até que, enfim, vemos o fim. Sam morrendo na velhice e reencontrando seu irmão e o empala.
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Em suma, o desfecho do episódio perde força e não consegue carregar a carga emocional do primeiro ato, onde preferiu construir seus últimos instantes em contar a vida de Sam até sua morte. Na minha opinião, poderia trazer algo mais nostálgico, saudosista e que prestasse mais homenagem a esses 15 anos de série.
Em um balanço geral, “Supernatural O Final”, conseguiu trazer um fôlego criativo na série. Conseguindo momentos áureos, visitando personagens que tiveram importância nesses anos, momentos emocionantes, tristes e de despedidas.
Com um elenco assertivo e consistente, Supernatural sai de cena como uma produção sem muitas pretensões, mas que marcou o mundo das séries. E, claro, deixará saudades, sendo prazeroso revisitar ao som de “Carry On Wayward Son”.
*Este review foi escrito em parceria com nosso colega de Caixa, Flávio Santana.