0

Quando saber a hora de parar? Pergunta difícil, né? Mas, às vezes a resposta vem em nossa cara e não entendemos. Esse é o problema da Netflix, com uma de suas séries mais populares do momento, Elite.

Uma série que poderia ter acabado em sua terceira temporada, saindo do ar aclamada pelo público e com a sensação de que queríamos mais (mas sabendo que era o suficiente). No entanto, a visão lucrativa falou mais alto e a série que era muito boa, acabou se tornou muito ruim. 

NARRATIVA
CRÍTICA ELITE 6: ANDER PUIG É NICO. | Cr. MATÍAS URIS/NETFLIX © 2022

Perdida em sua narrativa (a qual não tem mais), Elite virou uma série zumbi, com personagens e histórias superficiais e sem o brilho e prestígio de sua era de ouro. Com uma história totalmente tóxica, sem consequências para seus personagens e uma ilusão de vida adolescente, onde os jovens parecem viver em um eterno puteiro, Elite virou o cine privé da Netflix. 

O novo ano de Elite, o primeiro sem nenhum remanescente da série original, se baseia na mesma fórmula ultrapassada, se mostrando incompetente em criar novas narrativas e quando se propõem trazer algo relevante, até uma poça d’água consegue ser mais profunda. 

Não é de hoje que a produção da Netflix é irresponsável com a forma que trata seus temas dentro da série, mas nesta temporada, ela consegue se superar e mostrar que o erro se combate fazendo um erro maior ainda. Dito isto, ressalto quatro tramas, que poderiam ser muito bem desenvolvidas, mas que são tratadas de forma chocha, capenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente.

TRAMAS DISPERDIÇADAS
Crítica Elite 6
CRÍTICA ELITE 6: VALENTINA ZENERE É ISADORA. | Cr. MATÍAS URIS/NETFLIX © 2022

As tramas de Isadora e Sara, que retratam o abuso sexual e o relacionamento abusivo são as piores abordagem que já vi em uma produção audiovisual. O desenvolvimento é prejudicial as causas, não orienta e nem ajuda quem possa está passando por uma situação como essa. Apenas expõe de forma irresponsável.

A dramaturgia têm que servir como uma forma de orientar, alertar e conscientizar o telespectador a certos temas que talvez eles passam em casa e não saiba. Que através dessas discussões as vítimas possam a vir denunciar, se abrir com alguém e ou entender que aquilo que ela esteja passando não é correto e que existe maneiras dela sair daquela situação.

LEIA TAMBÉM: CRÍTICA | ELITE 4: A pior temporada? O que deu errado no novo ano? (SEM SPOILERS)

A forma que esses assuntos são encarados e tratados ao meu ver, são equivocados e sem nenhum compromisso com quem realmente está vivendo esses problemas. Se quer usar de assuntos sérios, precisa tratá-los com a seriedade que eles pedem.

Outro tema que está fora do tom, que mais atrapalha a conversa do que ajuda, é sobre a sexualidade do pai de Iván e de Nico.

Jogadores de futebol gay são pouco, mas existem, então a forma exagerada que a série traz quando Cruz se assume gay e a forma como seus fãs agem, é muito século passado, muito irreal e nada verossímil. Sem falar no final do personagem. Desnecessário.

O primeiro personagem trans da série é vendido como uma pessoa bem resolvida, seus pais os apoiam, tem uma namorada que gosta dele, tudo lindo, maravilhoso, até a página dois. O personagem é desconstruído completamente, jogando sua confiança, autoestima fora, porque se apaixona por uma pessoas que viu ele em dois minutos. 

O que esses personagens têm em comum? Todos usam meios duvidosos para resolver suas inseguranças, que acabam deslegitimando suas dores, seus traumas.

POR FIM…
Crítica Elite 6
CRÍTICA ELITE 6: MANU RÍOS É PATRICK E ANDRÉ LAMOGLIA É IVÁN. | Cr. MATÍAS URIS/NETFLIX © 2022

Em suma, além de abordagens equivocadas, Elite parece mais um CSI do que uma trama de jovens estudantes. Todas as temporadas é preciso alguém morrer e ficar no vai e vem até revelar quem foi o felizardo ou o algoz. Está chato, cansativo e cringe. 

Até personagens que possuíam carisma, se tornaram apáticos e sem graça nessa temporada. Patrick que o diga. Ari, meu Deus do céu, parece que Heleninha Roitman incorporou nela, pois a bichinha toma uma cachaça lerda. Não sei como não teve cirrose ainda, porque o fígado já morreu a muito tempo.

Portanto, não irei me alongar mais, pois passaria aqui uns 84 anos criticando essa temporada de Elite. 

E para finalizar, deixo um recado para gigante do streaming….

LARGA O OSSO MULHER!!!

ASSISTIMOS! E AÍ? - ELITE 6

5

Flávio Santana
Publicitário, geminiano apaixonado pelo mundo Geek. Filmes de terror e suspense sempre caem bem, mas o mundo fantástico me faz viajar. Dito isto, Harry Potter é meu Universo preferido.

CRÍTICA | ANDOR: Spin-off de Rogue One é mais um acerto do universo compartilhado de Star Wars

ARTIGO ANTERIOR

CRÍTICA | M3GAN: Longa chega com um hype nas alturas, porém vão assistir sem muitas expectativas

PRÓXIMO ARTIGO

ARTIGOS SUGERIDOS

MAIS POSTS EM ASSISTIMOS!! E AÍ?