Chegou na última quinta (06 de Maio), ao catalogo da Netflix, a tão aguardada série “O Legado de Júpiter”. Baseado nos quadrinhos da DC Comics, escritos e desenvolvidos pelo quadrinista Mark Millar, a produção chegou ao catálogo da gigante de Streaming, sobre a desconfiança de muitos. E, mesmo com a recepção negativa, da crítica especializada, se tornou um grande sucesso, se transformando em uma das produções mais vistas da gigante de Streaming em 2021.
Portanto, sem mais delongas, vamos à nossa Crítica “O Legado de Júpiter”.
casos de família
ATENÇÃO!! O TEXTO ASSEGUIR POSSUI SPOILERS!!
Com reflexões sociais, que a faz se assemelhar com o grande sucesso do Prime Video, “The Boys”, O Legado de Júpiter, a mais nova série de heróis da Netflix, traz um prisma diferente sobre o assunto, voltando-se mais para um drama familiar, do que uma crítica social, como a série “rival” faz.
Por conseguinte, ressalta-se que a produção da Netflix, conta a história da família Sampson, que durante a década de 20 comandavam a indústria do aço norte-americano. Mas que, devido a grande depressão da crise econômica de 29, perdeu tudo.
LEIA TAMBÉM | CRÍTICA – OS IRREGULARES DE BAKER STREET
A partir dai, os dois irmãos passam a lutar para salvar o legado da empresa. Enquanto, o mais novo e dedicado irmão, Walter, tenta salvar o legado da família, o mais velho, Sheldon, entra em uma depressão, por ter presenciado o suicídio do seu próprio pai.
Atormentado, por visões ele inicia uma jornada que o levará a descoberta do seu destino, que pode levar o mundo a se tornar um lugar melhor.
Com pitadas de sátira social, O Legado de Júpiter, é um drama familiar, que aborda temas como o certo e o errado, além de questões um pouco mais sociais, como drogas e outros pontos tão corriqueiros em nossa sociedade atual.
No entanto, a produção da Netflix, que em sua primeira temporada, conta com um total de apenas 8 episódios, de cerca de 45 minutos de duração, vem sendo massacrada pela crítica especializada.
O LEGADO E AS CRÍTICAS
No site, avaliador, Rotten Tomattoes, por sua vez, a série mal alcançou 30% de aprovação pelos os críticos. Contudo, já em relação com a opinião popular, o seriado vai muito bem obrigado.
No site avaliador IMDb, “O Legado de Júpiter”, tem cerca de 69% de aprovação do público, e o mesmo ocorre em outros portais de peso, tais como, o próprio Tomattoes e até mesmo a própria Netflix, onde o show se tornou, com apenas 3 dias de exibição, umas das produções mais vistas do catálogo da gigante de Streaming atualmente.
LEIA TAMBÉM | CRÍTICA – LIGA DA JUSTIÇA DE ZACK SNYDER
Todavia, desde sua estreia, uma comparação inevitável entre ela e o carro chefe da Amazon, The Boys, foi feita. Contudo, tal comparação é no mínimo injusta, embora não sejam, necessariamente incompatíveis. Visto que, ambas se referem a super-heróis e ambos os materiais das produções (nas quais elas se baseiam), vem do vasto legado das histórias em quadrinhos da DC e da Marvel.
the boys da netflix?
É importante salientar, que ambas as séries, embora tratem sobre o mesmo tema, são essencialmente excludentes. Isto pois, enquanto “The Boys” é uma crítica social intensa. Ela busca retratar como seria, na vida real, se super-heróis realmente existissem e vivessem em nossa sociedade atual. Entretanto, “O Legado de Júpiter”, por sua vez, prefere partir por um outro caminho.
Isto pois, muito embora, a crítica social também se faça presente, ela é uma produção muito mais quadrinesca (na essência da palavra) do que “The Boys”. A série trata-se muito mais de um drama familiar e o legado que essa família quer passar para as gerações futuras. Ao invés de discutir temas relevantes para a sociedade, tais como, capitalismo, homofobia, sociedade patriarcal, corrupção entre outros temas, que são tão amplamente explorados em “The Boys”.
LEIA TAMBÉM | CRÍTICA – THE MANDALORIAN 1&2
Contudo, a possível falta de relevância social, não faz com que “O Legado de Júpiter” seja uma série ruim. Muito pelo contrário. Seguindo a essência dos quadrinhos ao qual se inspira, a produção trouxe o lado sombrio da DC para o live-action.
Contudo, o seriado, se preocupa muito mais com se manter fiel as características dos quadrinhos ao qual se inspira, do que ser relevante socialmente.
E isto por si só é alto explicativo. Visto que, o próprio criador dos quadrinhos (Mark Millar), atua como o produtor executivo do show. O que, muito provavelmente garantiu que a obra fosse muito mais fiel aos quadrinhos. E a sua falta de relevância social, pode até mesmo ser vista como o ponto principal para a reprovação da crítica especializada.
atores e personagens
Por conseguinte, vale ressaltar, que, a série traz nomes de peso, tais como, por exemplo Josh Duhamel, Leslie Bibb, Ben Daniels, Elena Kampouris entre outros. Os protagonistas nos apresentam uma atuação convincente. Entretanto, o elenco jovem deixa um pouco a desejar.
Por sua vez, a sua trama, é no mínimo envolvente e um prato cheio para quem é fã dos quadrinhos ao qual se baseia.
Em suma, “O Legado de Júpiter”, pode até não ser uma obra brilhante e impactante como “The Boys”. Contudo, a série tem os seus méritos e, principalmente, bastante coragem, ao se fazer o mais fiel possível da obra original. Sem se deixar levar pelos paramentos sociais atuais do que é bom ou ruim.