Produções com temas relacionados ao racismo e a dura realidade que os negros passaram e passam até hoje (de forma velada ou não), vem ganhado destaque nas telinhas e telonas. E isso é algo muito importante! Pois serve como uma forma de “ensinar” para aquelas pessoas, que até hoje acreditam que a escravidão não existiu e que preconceito é mimimi. que ser negro antigamente e até hoje é difícil e a multa por ser negro é muito cara. Hoje vou trazer uma produção antológica da Amazon Prime Video, pouco conhecida, mas que todos deveriam assistir, “Them”.
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Them é uma série forte, que não mede as palavras e toca na ferida sem pena da dor. A produção se passa nos anos 50 e retrata a vida de uma família negra que após a perda de seu filho mais novo, decidem se mudar para uma Los Angeles composta por grande maioria, de pessoas brancas.
A série nos apresenta atuações primorosas, com excelentes atores, que fazem com que tudo que está sendo visto ali, seja intenso e verdadeiro. Podemos sentir o nojo dos brancos para com os negros, o incomodo dos negros em estarem em um ambiente predominantemente branco. A escalação do elenco foi um fator primordial para essa essência da série.
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Apesar de conseguir unir muito bem o realismo com o sobrenatural, “Them” erra na exploração dos fatos sobrenaturais que permeiam a série. Para explicar a origem do mal, a série dedica um episódio inteiro, onde tenta trazer um toque cult, sendo exibido todo em preto e branco. No entanto, não consegue trazer uma explicação contundente e crível sobre os fatos ali presentes.
Acho que se não tivesse essa explicação e usassem aquelas eventos como uma consequência psicológica, em decorrência dos maus tratos ou até da bagagen dos personagens, onde culminaram numa “loucura” causada por estresse, seria mais interessante.
Além do racismo, a série traz outros temas importantes, mas que são jogados de forma secundária e sem muito alarde, como o homossexualismo, onde o marido de Betty Wendell (Alison Pill) era gay, mas vivia uma vida de homem hétero, casado.
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A série traz uma cena muito forte e angustiante, a morte do filho caçula de Lucky (Deborah Ayorinde) e Henry Emory (Ashley Thomas). Não vou esboçar mais a respeito, porque é um dos mistérios que a produção traz e se contar perde o impacto. Só trouxe a tona, porque realmente foi bem impactante.
Todos os personagens da família Emory estão muito bem em seus papéis, cada um ganha seu protagonismo. No entanto, Deborah Ayorinde rouba todas as cenas do show, pois ela consegue dizer tudo sem precisar falar uma única palavra.
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Nos papéis secundários temos que destacar Alison Pill, que nos entrega, magistralmente, uma mulher preconceituosa e sem escrúpulos. Mas, ao mesmo tempo, carrega seus fardos em relação a seus pais e seu marido. Entretanto, nada que justifique ou abone os atos cometidos, pela personagem, durante a série.
“Them” é intensa e instigante! Te faz querer maratonar compulsivamente seus episódios. Entretanto, a produção peca na resolução de alguns enredos, onde ficam sem explicação ou não dão a importância necessária.
Em suma, “Them” é uma série formidável, com ótimos atores e com uma história cativante, que vale muito a pena ser assistida. Traz um tema muito sério e que precisa ser sempre trazido à tona, para que as pessoas entendam, de uma vez por todas, que o racismo existe e ainda persiste. Não podemos permitir que em pleno século XXI isso aconteça.