A parte 2 da 5 temporada de Lúcifer, ou apenas 5B, estreou pela Netflix na última sexta (28). Assim sendo, pudemos acompanhar Deus na terra, uma insana batalha pelo trono, além da evolução de nossos queridos personagens e uma despedida de partir o coração do Lucifã. Portanto, é hora do caixa comentar e explicar tudo sobre a nova leva de episódios, em mais um “Assistimos. E, aí?”
1 DIVINAMENTE HUMANO
Há algum tempo pudemos notar que todo o artefato divino, a qual Lúcifer é ancorado, possui o claro objetivo de espelhar a mais pura e comum mundanidade. No entanto, quando se tem o todo poderoso, em carne e osso, na terra, fica difícil imaginar algo que evoque conceitos como humanidade e imperfeição. Porém, é exatamente isso que a segunda parte da quinta temporada de Lúcifer entrega: um fiel retrato de uma falha e disfuncional família humana.
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Dessa forma, fica difícil não se identificar com o jantar em família, em que o filho excluído se revolta contra o pai, enquanto o filho predileto tenta colocar panos quentes. Toda aquela lavação de roupa suja, cheia de clichês familiares nos lembra aquelas alfinetadas típicas das reuniões em família. Portanto, seguir por esse caminho de humanização de divindades, até mesmo de Deus, pode parecer perigoso. Entretanto, em Lúcifer, tais recursos só enriqueceram a narrativa, a deixando muito mais palatável, camuflando toda a carga de “absurdo” que rege o enredo central da temporada.
2 UM BOM DESFECHO, SALDO POSITIVO?
Afinal, vale mesmo a pena se arrastar por horas em episódios gigantes, repetitivos e mornos, para chegar a um apressado, porém satisfatório desfecho? Essa foi a pergunta que me fiz ao longo dessa leva de episódios, que em certos momentos se mostrou fatigante e interminável. Assim sendo, tivemos que aguentar 6 longos episódios, pautados em casos policiais, que em nada interferiam no enredo central, para que assim chegássemos nos ótimos dois episódios finais.
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Por outro lado, o episódio focado no trote de Lúcifer em Dan e os dois episódios finais tiveram um gostinho de “valeu a pena”. Nestes, é possível notar um enorme esforço para surpreender o público, de nos fazer pular da cadeira e lamentar ocorridos, ou ainda, comemorar outros. Abrir mão de um personagem presente desde o piloto é uma manobra arriscada, mas muito bem executada pela série. Além disso, a disputada batalha pelo trono empolgou, apesar dos limitados efeitos especiais. Os minutos finais, como já era de se esperar, garantem que fiquemos interessados pelo que a de vir. Se vale a pena? Não sei. Mas, eu volto para conferir o ano derradeiro.
3 UM BALANÇO INFERNAL, DIGO… FINAL
Por fim, é preciso destacar que em meio a mortos e ferido, houveram boas surpresas, como o excelente episódio focado em Dan. Ou ainda, o ótimo e nostálgico episódio musical. Além disso, a busca de Maze por um alma e seu relacionamento com Eva, apesar de superficial e apressado, foram pontos positivos. Por outro lado, o episódio focado na filha de Linda me acertou como um sonífero, apesar da personagem continuar brilhante e ser cirúrgica em certos momentos com a família divina. Por fim, Ella continua a brilhar como uma coadjuvante de luxo, seus momentos de reflexão sobre seu lado sombrio e sua fé continuam agradando.
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Entretanto, em meio a erros, acertos e episódios tediosos, algo me chamou atenção: o forte laço que une os personagens regulares. Mais do que nunca, foi possível perceber o quanto Lúcifer, Chloe, Maze, Linda, Amanadiel, Ella e Dan formam uma grande família. A família que Deus não pôde dar a Lúcifer. Isso fica claro por vários momentos nos novos episódios, mas ainda mais, no corajoso episódio de adeus a Dan. Está ali, estampado no rosto de cada um dos personagens, a dor de perder um membro da família, a dor de consolar a pequena Trixie. Assistir essa ligação, bem mais que saber como Lúcifer lidará na função de Deus, é o que garante o espectador no último ano do show.