Em “Lovecraft Country 1×06”, intitulado de “Meet Me in Daegu“, descobrimos mais sobre o passado do protagonista da série e o que lhe aconteceu em 1950, durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, o capítulo em questão faz uma referência a um elemento primordial da trama do popular anime japonês “Naruto”.
No entanto, sem mais delongas, vamos ao nosso Review Lovecraft Country 1×06
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CUIDADO!!! O TEXTO ASSEGUIR POSSUI POSSÍVEIS SPOILERS DO EPISÓDIO!!!
Dirigido por Helen Shaver e com roteiros de Misha Green e Kevin Lau, Lovecraft Country 1×06 exerce uma quebra na sequência narrativa da trama levando o espectador há alguns anos antes do início da história que está sendo contada.
O capítulo em questão, começa no ano de 1948, onde enfim, somos devidamente apresentados ao personagem da atriz Jamie Chung (Ji-AH), uma jovem enfermeira sul coreana apaixonada pelo cinema e pela cultura norte-americana e que vive sob o controle de sua mãe. Ji-Ah é meiga, romântica e sonhadora. Ela vive para se enquadrar aos padrões da sociedade machista daquela época e para agradar a sua mãe. No entanto, ao decorrer do episódio, vemos que a linda e aparentemente doce mulher, guarda um terrível e tenebroso segredo.
Ji-Ah quando jovem, foi oferecida pela sua mãe como a hospedeira de uma entidade sobrenatural. Conhecida como “Nove Caldas” (Nine Tales), tal entidade a protegerá dos abusos do pai. A medida em que a menina cresce e se transforma em mulher, sua mãe lhe orienta a atrair homens, com o intuito de fazer sexo e depois mata-los. Ela deverá fazer isso mil vezes, para a entidade deixar, de uma vez por todas, o seu corpo.
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Com o objetivo de agradar sua mãe, ganhando assim o seu amor e afeto Ji-Ah, vai escolhendo as suas vitimas e colocando o plano em prática. No entanto, tudo munda quando o destino faz com que ela e Atticus se trombem. Após um primeiro encontro traumático para ambos, que resultou em um grande sacrifício pessoal para Ji, ela volta a rever o soldado americano que lhe causou tanta dor, quando ela menos esperava.
Decidida a se vingar ela se aproxima do protagonista, assumindo a função de cuidar dos seus ferimentos de guerra no hospital em que trabalha. No entanto, as circunstâncias mudam inesperadamente quando os dois acabam se apaixonando.
Agora ela terá que controlar a “besta” que vive em seu corpo para assim poder viver o seu grande amor ao lado de Atticus.
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Basicamente Lovecraft Country 1×06 gira em torno desse contexto. Cheio de simbolismo, e abordando o folclore oriental, o capítulo é necessário para nos apresentar um pouco mais sobre o passado de Atticus, além de nos revelar algo perturbador sobre o seu futuro.
No entanto, a cereja do bolo de Lovecraft Country 1×06, foi (pelo menos para mim), outro elemento. Ao resolver adaptar dentro de sua narrativa a mitologia oriental sobre o “Nove Caldas”, a série acabou por fazer, uma referência ao popular anime japonês “Naruto”, do qual sou muito fã.
Isto pois, da mesma forma como acontece com a personagem Ji-Ah, para quem conhece a história do anime, sabe que o Naruto também carrega dentro de si a mesma “besta”.
E as semelhanças entre os dois personagens não param por aí. Assim como Ji, Naruto é considerado um monstro, incapaz de amar e ser amado. Contudo, tem de lutar contra tudo e todos, para provar o seu valor.
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Em suma, Lovecraft Country 1×06, pode não ter sido excitante. No entanto, acredito que se trata de um dos mais lindos capítulos dessa gigantesca série da HBO. Pois apresenta para o mundo (ou até onde a HBO tem sinal) elementos da cultura e do folclore oriental, em um episódio cheio de simbolismo.
Ele é sem dúvida um desvio narrativo, algo que pode resultar em estranhamento. No entanto, se todo episódio “descompassado” fosse como este aqui, essa questão jamais seria levantada.
Misha Green mais uma vez acerta ao rasgar o manual de produção de séries e desafiar o espectador. Trazendo um capítulo que, na pior das hipóteses, pode ser visto como um dos melhores fillers jamais feito.