Após uma longa pausa por conta da epidemia que atinge o mundo, um novo episódio de Riverdale foi liberado. Com isso, o Caixa de Séries já disponibiliza todas as nossas impressões no nosso Review Riverdale 4×17. O episódio trouxe muita música, conflitos e uma traição difícil de ser engolida pelos fãs. Então, vamos comentar tudo o que rolou no episódio musical da temporada, e já vamos começar pela traição que rolou! (Atenção! O texto contém spoilers).
ANTERIORMENTE: REVIEW RIVERDALE 4X16
1 – TRAIÇÃO NO QUARTETO: UMA SITUAÇÃO FORÇADA
Bom, há uns três reviews atrás, o caixa já previa que a dinâmica amorosa do quarteto principal de Riverdale, seria bagunçada. Porém, esperávamos o mínimo de cuidado e desenvolvimento, para que isso pudesse funcionar da forma menos forçada possível. Porém, a produção seguiu exatamente o caminho contrário, fazendo com que Betty e Archie se encantassem magicamente em 3 episódios e traíssem seus parceiros.
Quem acompanha sabe que nunca fui contra a possibilidade de Betty e Archie fossem explorados, enquanto casal. Afinal, essa possibilidade é algo que paira na série desde o seu episódio piloto. É como se o casal assumisse a função de promessa nunca cumprida. No entanto, para que uma mudança nesse nível seja minimamente aceita pelos espectadores, é preciso de alguns ingredientes desconhecidos de Riverdade: desenvolvimento, sutileza e profundidade.
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Em contrapartida ao que esperávamos, recebemos os piores e mais infantis artifícios que poderiam ser usados. Verônica briga com Archie, pelo fato dele esconder que o Hiram passou mal na academia, segundo ela, o namorado deveria te-lo levado de imediato para um hospital. Até parece que a morena não conhece a droga de pai que possui. Enquanto isso, Betty briga com Jughead por um motivo ainda mais bobo, o fato dele preferir investigar à fazer suas tarefas atrasadas, correndo risco de não se formar.
Ou seja, brigas completamente superficiais de um roteiro preguiçoso, que tinham um único objetivo: forçar ainda mais a aproximação de Betty e Archie. A dupla, agora aspirante à casal não perde tempo e é colocada em uma cena pseudo-fofa com música, luzes e um beijo de traição. Para piorar a situação, ambos decidem não contar sobre o ocorrido à seus parceiros, o que foge do padrão de comportamento apresentado pelos personagens até aqui. E aí fandoms? Curtiram essa reviravolta?
2 – AS NADA NATURAIS INTERVENÇÕES MUSICAIS
É notável a influência musical na série ao longo de sua trajetória. Foram inúmeros os momentos, em que acompanhamos números musicais. Porém, em cada temporada, há pelo menos um episódio destinado especialmente à cantoria. Assim sendo, o episódio 17 dessa temporada teve essa missão.
Sobre isso, acredito que não apenas eu, acaba sentindo um incômodo, quando de repente os personagens começam a cantar. As expressões enquanto cantam são tão bizarras. No entanto, esse não é um problema apenas de Riverdale, mas sim de qualquer série que se permite oferecer um episódio desses, bons exemplos são Grey’s Anatomy, Dinasty e Legacies. Porém, o último exemplo, também da CW, inseriu a música por meio do recurso “show de talentos”, sem cantoria repentina.
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Com um elenco talentoso, tivemos mais um show, que mais agradou, do que foi um problema. Ao menos, toda essa atmosfera serviu pra três coisas. A primeira, para que magicamente Archie lembrasse da sua relação com a música. A segunda, para que os personagens, que são adolescentes, tivessem momentos como adolescentes. E a última, para que tivéssemos “The Archies”, algo que eu não sabia que eu precisava, até ter.
3 – KEVIN, CHONI E A REPRESENTATIVIDADE DA CAUSA
Kevin nos foi apresentado ainda no primeiro episódio como o melhor amigo gay de Betty. Porém, com o passar da série, sua relevância diminui drasticamente, a ponto de ser confundido com um figurante. O ótimo personagem é mais uma vítima da superficialidade do roteiro de Riverdale. Com personagens sem profundidade, a série usa Kevin da forma que convém ao roteiro, e essas formas nem sempre fazem sentido.
No entanto, nesse episódio, o personagem ganhou destaque, pois em meio à organização de um show de variedades o personagem decide ensaiar um número musical nada conservador. Com isso, o diretor coloca inúmeros empecilhos para apresentação, que segundo ele representava libertinagem e legitimação da comunidade LGBTQI+, a qual Kevin pertence.
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Nos embates com o diretor, o amigo de Betty chegou a se travestir, fazer apresentações pela escola e conseguiu o forte apoio de Cheryl e Tony. O grupo, para defender seus ideais, chegou a extremos e acabou sendo censurado pela direção, que decidiu cancelar o show. Mais ao fim do episódio, vemos que o show foi executado, porém no estabelecimento de Verônica.
A causa LGBTQI+ é bastante importante. Sentir-se representado em uma série de reconhecimento mundial é incrível. Porém, já algum tempo, Cheryl, Tony e Kevin, principalmente Kevin, não conseguem ter o desenvolvimento que merecem. Com histórias nada interessantes e trajetórias questionáveis, é triste ver que o trio é esquecido no churrasco em várias ocasiões e vez ou outra ganham destaque. Destaque esse, vindo do fato de serem personagens gays. Como se esta fosse a única característica, ou ponto a ser explorado nos personagens.
4 – PALAVRA FINAL
Em suma, o episódio trouxe uma atmosfera diferente da usual para a série, sendo bastante interessante acompanhar nossos heróis tendo que lidar com conflitos comuns de adolescentes. A inserção de Kevin no grupo resgatou um pouco da importância do personagem na dinâmica do show. Além disso, a mensagem anti-censura, pregada por ele, junto do casal Choni, merece ser ouvida e refletida.
Por fim, sobre o nosso quarteto principal, não prevejo tempos bons para fandoms doentes e irracionais. Mais uma vez, reafirmo que mudanças sempre são boas, afinal o quarteto parece estar engessado, sem novidades. O problema é a forma superficial com que essa mudança está sendo executada. No mais, agora é esperar os próximos episódios, que provavelmente terão foco nos conflitos amorosos, mas também no mistério do voyeur misterioso, que foi resgatado do churrasco, em que tinha sido esquecido.