ATENÇÃO!!! CONTÉM SPOILERS!!
No dia 17 de janeiro estreou na Netflix a segunda temporada de Sex Education, série que se tornou uma das mais populares da plataforma de streaming.
Trazendo os dilemas sexuais dos adolescentes, de forma aberta, clara e dinâmica, a produção volta, ainda mais provocativa, excêntrica, única e necessária.
Abordando temas tabus pela sociedade a série consegue abordar de forma educativa, com pitadas de humor, mas sem perder o seu foco principal, a informação. Masturbação masculina e feminina, assédio, necessidade de se ter educação sexual nas escolas, a falta de informação sexual e suas consequências, depressão, preconceito, descoberta sexual, problemas em expressar sentimentos, esses são alguns dos temas discutidos nesta segunda temporada de Sex Education.
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Além dos temas, precisamos falar dos seus personagens, que voltam ainda mais afiados e inspirados. Assim como na primeira temporada, Ncuti Gatwa, o Eric, rouba a cena quando aparece. A irreverência, o carisma e o sorriso faz com que o ator se destaque. Permeando da comédia ao drama, Ncuti consegue brilhar e emocionar.
Asa Butterfield não fica pra trás com seu Otis, complexado. mergulhado em diversos dramas e conflitos, consegue imprimir muito bem esse papel de jovem revoltado com causa, que não consegue aplicar suas dicas em si próprio e que não sabe lidar com suas questões amorosas e pessoais.
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A nossa amada Emma Mackey, belíssima atriz como sempre, traz sua melancólica, solitária e depressiva Maeve, em uma boa atuação, mas um pouco apagada nesta segunda temporada. Sua personagem apesar de ser uma adolescente rebelde, problemática e fora da curva, é bem trabalhada e interpretada, e merece ter um destaque maior na produção.
Na série, não existe personagens ruins, cada um com seu protagonismo e devida importância. Mas além dos já citados, temos que ressaltar outros nomes como Gillian Anderson, como a Dr Jean, Connor Swindells e seu Adam e Aimee Lou Wood como a animada Aimee.
Sex Education não é só sobre educação sexual para jovens, mas também uma série que fala o que é ser jovem. Como entender a cabeça de um jovem, nesta fase de mudanças e aceitações, julgamentos e transições.
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A linha tênue entre o que é certo e o que é errado, a ética e a moral, o limite da interferência familiar na vida dos filhos, questões importantíssimas que pontuam as vidas e que se não forem dosadas, terá grandes consequências no futuro.
A produção nos mostra que, dá espaço para descobrirmos quem somos é parte do processo de aprendizagem e da construção social de cada um de nós. Contudo, a segunda temporada de Sex Education da Netflix traz esse viés. Onde os questionamentos não podem ser considerados rebeldia ou desobediências, mas sim o processo de construção de caráter e de opinião.
Um dos momentos mais marcantes desta temporada é quando a ficha de Aimee cai, e ela tem a noção de que foi assediada por um desconhecido, quando pegava um ônibus para ir à escola.
A percepção da mulher diante destes acontecimentos é de que ela é a culpada, pois a sociedade machista faz com que esse discurso tenha poder diante de situações como estas. Justificando, assim, as ações sujas e imorais destes homens.
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Para esta situação, a série mostra que se abrir e conversar com pessoas nas quais tenham confiança e que as fazem se sentir seguras e acolhidas é o melhor caminho para consegui voltar a viver e confiar nas pessoas. Com esse momento, aprendemos que tudo que é feito sem o nosso consentimento e sem a nossa permissão, e que venha a nos violentar, física e mentalmente é sim assédio e tem que ser denunciado.
Um dos momentos que ficamos ansiosos desde o fim da primeira temporada foi o que aconteceria com Eric e com Adam. Enfim a segunda temporada chega e o que a dona Netflix faz????? Me traz outro par romântico para Eric, aí nós shipamos e aí ela traz o Adam de volta….
…. Obrigado, Netflix!!!
Ficamos entre a cruz e a espada. De um lado temos Rahim, todo romântico, atencioso e faz questão de assumir para o mundo que quer ficar com Eric. Do outro lado temos, Adam, que fez bullying com ele, não se assume gay e tem vergonha de segurar sua mão.
Mas diante de todos os contras de Adam, temos sua história e sabemos que ele ama de verdade nosso Eric.
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O segunda ano de Sex Education é tão bom quanto o primeiro. Te prende do começo ao fim e traz uma temporada que visa trabalhar seus personagens de individualmente, dando espaço para cada um se desenvolver sozinho.
A temporada termina de uma forma anticlímax, onde achamos que tem mais episódios pela frente, mas na verdade não, já acabou. Te deixa com aquela vontade de assistir mais e mais.
Em suma, a segunda temporada de Sex Education da Netflix é necessária e importantíssima para pais e jovens. Serve como ganchos para diversos assuntos em casa. Com oito episódios, é uma boa série para maratonar. Leve, divertida e informativa, um prato cheio para apaixonados por série.